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Invasores montam 'tropa' para impedir reintegração de terreno

GIBA BERGAMIM JR.
JORGE ARAÚJO
ENVIADOS A SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Em meio a gritos de guerra, o "batalhão" com cerca de 40 homens se posiciona. Com escudos, coletes, caneleiras, capacetes, porretes e lanças, estão prontos para confronto.

Os "soldados" são moradores da favela Pinheirinho, invasão que existe desde 2004 em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, e reúne cerca de 6.000 pessoas.

A área pertencia à massa falida dO grupo Selecta, do investidor Naji Nahas, e tem dívidas de R$ 15 milhões com a prefeitura.

A "tropa" está à espera da Polícia Militar, que pode cumprir uma reintegração de posse determinada pela Justiça.

Os escudos são restos de tambores; os coletes, de compensado; as caneleiras, tubos de PVC. Entre os vários capacetes há até os cor de rosa.

Na iminência da reintegração, os líderes montaram um "batalhão anti-choque". A ideia é se defender de bombas de gás e balas de borracha pela PM em confrontos em situaçõs de confronto.

Também há barricadas -de pneus, sofás e madeiras- entre as cerca de 2.000 casas.

Como no filme italiano "O Incrível Exército de Brancaleone" (1966) -grupo de soldados maltrapilhos que se arma para defender suas terras-, tudo é improviso.

"Não estamos fazendo armas para ferir ninguém, só queremos defender nossas casas", diz Sergio Pires, 41, líder do grupo.

O clima tenso se espalhou pela cidade. Ontem, o Fórum não abriu ao público por conta de uma ameaça de invasão.

A prefeitura diz que, por ser decisão judicial em área privada, não pode interferir. Já a PM disse só a Promotoria fala sobre a a reintegração.

No Pinheirinho, entre 40 marmanjos, uma mulher com porrete esconde o rosto.

"É um exército de pedreiros, metalúrgicos, ajudantes. Pessoas que acordam às 5h para trabalhar e voltam para casa", diz o "chefe" da tropa, um vigilante de 35 anos que não quis dar o nome.

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