Clube de tiro fecha após casas serem atingidas
Em Americana, moradores dizem ter medo que alguém fique ferido com balas perdidas
Um clube de tiro de Americana (a 127 km de São Paulo) foi lacrado nesta quarta-feira (17), por 15 dias, após reclamações de moradores da vizinhança, cujos imóveis foram atingidos por balas perdidas. A polícia abriu inquérito para apurar o caso.
A situação se arrasta ao menos desde 2011, mas os casos se intensificaram nas últimas semanas, quando famílias foram surpreendidas por projéteis que atingiram telhados, janelas e caixas d'água.
O fabricante de lanchas Demetri Georges Sevidalis, 57, conta que estava em seu quintal no dia 8 quando ouviu as balas atingirem o telhado. Nas paredes, as marcas ainda são visíveis.
"Quando ouvi os tiros gritei para minha mulher não sair. Todos estão com medo."
Na casa do vizinho, o aposentado Antonio Feltrin, 86, as balas atingiram um vitrô, a caixa d'água e as paredes.
"Nossa preocupação não é apenas com o dano material, mas as balas podem acertar uma pessoa", disse o filho de Antonio, Reinaldo Feltrin, 46.
O Clube Americanense de Tiro fica a cerca de dois quilômetros das casas vizinhas.
O presidente do clube, Eduardo Bazzano, afirma que as armas utilizadas não têm capacidade para atingir os imóveis, mas diz que vai contratar peritos para confirmar. "Estamos tomando todas as providências para evitar que algo grave aconteça."
Além dos 1.800 sócios, a Polícia Militar e a Guarda Municipal de Americana fazem treinamentos no local.
A Guarda diz que sua munição não tem capacidade para atingir as casas. Os tiros são disparados ao ar livre, mas há barreiras de terra para evitar que as balas atinjam grandes altitudes.
Segundo a Prefeitura de Americana, o clube está com o alvará vencido e foi notificado em setembro, mas não se regularizou. Bazzano diz que toma providências para isso.