Crise da água
Alckmin cobrará de 'gastões' taxa extra de água de até 50%
Em meio à grave crise, medida vale a partir de janeiro em 31 cidades da Grande SP
Governo irá distribuir caixas-d'água, além de kits de redução de vazão para torneiras das residências
Em meio à maior crise hídrica de São Paulo e com os seus reservatórios sob risco de colapso, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) decidiu cobrar uma sobretaxa de até 50% daqueles que ampliarem o consumo de água em relação à média de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014.
A chamada "tarifa de contingência" será aplicada a partir de 1º de janeiro aos clientes da Sabesp em 31 cidades da Grande São Paulo.
Quem tiver um aumento de consumo igual ou menor que 20% em relação à média terá acréscimo de 20% na conta.
Já os consumidores que gastarem acima de 20% em relação a sua média terão ônus de 50% na conta.
"Queremos que todos colaborem, que todos participem. A medida não tem caráter punitivo, mas educativo", disse o governador paulista.
CONSUMO BAIXO
Para adotar a medida, Alckmin precisava de autorização da Arsesp (agência reguladora estadual de saneamento).
Tanto o pedido do governo do Estado como a aprovação da agência ocorrem ao longo desta quinta-feira (18).
Estarão livres da sobretaxa aqueles com consumo considerado baixo --inferior a 10 metros cúbicos mensais.
Segundo o governo, se já estivesse ativa, a multa atingiria cerca de 440 mil consumidores. Alckmin tem se referido a ele como "gastões".
Desde maio o governo cogita aplicar essa tarifa extra. Na época, quando recuou às vésperas do período eleitoral, o governo falava em punições mais brandas, com limite de 20% do valor da conta.
Além dessa sobretaxa, o governo anunciou a extensão até o fim de 2015 do bônus de até 30% na conta para quem reduzir o consumo de água.
CAIXAS-D'ÁGUA
Alckmin anunciou ainda a distribuição de caixas-d'água de 500 litros para casas com problemas de abastecimento devido à redução da pressão nos canos da rede durante noites e madrugadas.
Dez mil casas já teriam sido identificadas para receber esses reservatórios, principalmente nas periferias e lugares altos, onde a água costuma faltar com frequência.
As caixas-d'água serão pagas pela Arsesp, ao custo de R$ 120 cada. A Sabesp também distribuirá kits de redução de vazão a ser instalados nas torneiras das casas.
Com as medidas, a meta do governo estadual é reduzir os atuais 59 m³/s consumidos na Grande São Paulo para 56,5 m³/s. Antes da crise de abastecimento, a metrópole consumia 73,2 m³/s.