Funcionários de estatal são atacados por falta de água
Dupla foi rendida e feita refém por 30 minutos quando passava por um protesto
Dois funcionários de uma prestadora de serviços da Sabesp foram feitos reféns por cerca de 30 minutos, xingados e ameaçados. O caso aconteceu na manhã desta sexta (19), quando passavam de carro por um protesto contra falta de água no Grajaú (zona sul). O problema no bairro ocorre desde segunda (15).
Segundo a polícia, alguns dos cerca de 60 manifestantes cercaram o veículo quando este tentava passar pela avenida Paulo Guilguer Reimberg, por volta das 7h40, horário em que a via já estava interditada. Houve tentativa de depredação do carro, e os funcionários foram obrigados a permanecer no local.
Os manifestantes alegaram estar revoltados com a falta de água. Tiraram as chaves do contato e afirmaram que só devolveriam quando algum representante da Sabesp os atendesse.
A situação foi contornada com a chegada da PM. Houve negociação e uma pequena discussão entre as partes.
A polícia conseguiu desbloquear a via após dispersar os manifestantes usando bombas de efeito moral. Por outro lado, alegou que recebeu pedradas e foi ofendida.
Ninguém se feriu. "Foi só o susto, mesmo", disse um representante da empresa terceirizada na delegacia. Ele se recusou a registrar a ocorrência e não quis se identificar.
Situações como essa têm se tornado frequentes nos últimos meses, desde que o problema da falta de água se agravou em São Paulo, segundo Renê Vicente dos Santos, presidente do Sintaema (sindicato dos trabalhadores do setor).
A Sabesp não se manifestou sobre o caso até a conclusão desta edição.