Polícia vai rastrear conversas de mulher encontrada morta

A polícia recolheu ontem o computador e o celular da dona de casa Geralda Lúcia Ferraz Guabiraba, 54, encontrada morta em Mairiporã (Grande SP) no sábado sem os olhos e sem a pele do rosto.

Segundo a delegada Cláudia Patrícia Dalvia, responsável pela investigação, a polícia tentará descobrir se a vítima conversou com alguém pela internet ou pelo telefone antes de sair de casa, na noite de sexta.

Uma das suspeitas, segundo a delegada, é que Geralda tenha sido vítima de praticantes de magia negra.

O marido da vítima, José Pereira Guabiraba, um dos diretores do departamento comercial do Grupo Estado, afirmou à polícia que, ultimamente, ela passava muito tempo na internet.

O corpo da dona de casa foi encontrado ao lado de seu carro na altura do km 8 da estrada Santa Inês. O local, de acordo com a polícia, é um ponto de trabalhos religiosos conhecido como Pedra da Macumba.

A vítima estava no chão, de braços abertos, com um corte profundo no pescoço.

Como estava sem documentos ou celular, Geralda só foi identificada após a polícia acionar familiares a partir da placa do carro.

IMAGENS

Ontem, investigadores estiveram no apartamento do casal, na zona norte de São Paulo, e conversaram com vizinhos. Hoje devem ser recolhidas as imagens das câmeras de segurança do prédio -a polícia quer saber se ela deixou o local acompanhada. A delegada viu as últimas ligações de seu telefone, mas não notou nada suspeito.

Emocionalmente abalado, o marido ainda não prestou depoimento formal, mas já conversou com a polícia.

Ele disse que tomou remédio para dormir na sexta e que não viu a mulher sair, mas acredita que ela deixou o prédio por volta das 23h30.

Segundo afirmou, Geralda já sofreu depressão.

A delegada deve ouvir familiares nesta semana, e aguarda um laudo do IML sobre a causa da morte, que deve demorar cerca 20 dias.

ENTERRO

O enterro de Geralda foi realizado ontem no cemitério Parque da Cantareira, na zona norte. Ela deixou um casal de filhos.