Rio amplia revista de ônibus contra arrastões nas praias
Monitoramento da PM será feito entre a zona norte e a zona sul
Para conter os arrastões nas praias da zona sul, a PM do Rio vai intensificar, a partir do próximo fim de semana, as revistas a passageiros dos ônibus vindos, principalmente, da periferia.
A medida foi anunciada nesta quinta-feira (15) pelo subchefe operacional da PM, Claudio Lima Freire. Segundo ele, a prioridade será identificar passageiros que estejam provocando "tumulto e desordem" dentro dos coletivos.
"Se alguém estiver pendurado em janelas, portas ou em alguma situação anormal de comportamento no ônibus, o veículo será parado e as pessoas podem até ser retiradas", disse Freire.
Ele não informou quantas barreiras serão montadas nem se a operação será estendida a estações do metrô.
De acordo com o oficial da PM, os ônibus serão monitorados no trecho entre o Méier, na zona norte, e as praias da zona sul. "Vamos intercalar os pontos de abordagem no trajeto, seja no ponto inicial ou final dos banhistas."
Diretor do Observatório das Favelas, Jorge Luiz Barbosa contesta a chamada Operação Verão proposta pelo comando da PM.
"Esse tipo de abordagem fere o direito de ir e vir das pessoas. Parte de um juízo de valor que considera moradores do subúrbio suspeitos em potencial", disse Barbosa.
João Tancredo, representante do Instituto de Desenvolvimento e Direitos Humanos (IDDH), faz crítica semelhante: "A revista em ônibus é uma violação dos direitos do cidadão. É uma ação preconceituosa e humilhante".
Segundo a PM, o planejamento de segurança começou em novembro. Ele afirma que "foi feita uma previsão de extensão" em áreas como Copacabana, Leme e Ipanema.