No Rio, maior reservatório atinge nível do volume morto
Quantidade de água é a menor desde 1978
O nível do reservatório de Paraibuna, o principal do sistema que abastece o Estado do Rio, chegou a zero e atingiu na última quarta-feira (21) o volume morto --água que fica abaixo do nível de tubulação das represas.
É a primeira vez que isso acontece desde a construção do Paraibuna, em 1978.
O volume, que na segunda passada estava em 0,15%, caiu a zero 48 horas mais tarde, segundo o último relatório IPDO (Informativo Preliminar Diário da Operação), publicado diariamente pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).
Situado no município de mesmo nome, no Vale do Paraíba (SP), o Paraibuna é o maior de quatro reservatórios, todos em níveis baixos, do rio Paraíba do Sul, única fonte de abastecimento de água fluminense.
O uso do volume morto depende de resolução da ANA (Agência Nacional de Águas). Em nota, o órgão disse que "oportunamente, fará a divulgação de novas regras, caso elas sejam modificadas".
O volume morto de Paraibuna é de 2,095 trilhões de litros, maior que o do sistema Cantareira, em São Paulo.
Somadas, as três cotas de volume morto do Cantareira têm 328,5 bilhões de litros de água, das quais a primeira já foi consumida.
O Paraibuna, informou a ANA, não precisará de obras ou bombeamento para ter o volume morto recuperado.
O Paraíba do Sul é um rio federal que nasce em São Paulo e passa por Rio e Minas. Os reservatórios têm dupla função: geração de energia e abastecimento humano.
A gestão dos reservatórios é feita em conjunto por ANA, ONS, governos dos Estados de Rio, São Paulo e Minas.