Frequência de uso de bicicletas cai mesmo com ampliação de ciclovias
Pesquisa Datafolha mostra que taxa de proprietários de bikes foi de 32% para 27% em SP
Comparação é com levantamento realizado em setembro; de lá para cá, cidade ganhou 126 km de faixas exclusivas
O crescimento das ciclovias da cidade de São Paulo coincide com a diminuição da frequência de uso das bicicletas pelos paulistanos, mostra pesquisa Datafolha.
O levantamento foi feito entre os dias 3 e 5 de fevereiro, com 1.051 entrevistas. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
Na comparação com pesquisa feita em 16 e 17 de setembro do ano passado, a proporção de proprietários de bicicleta foi de 32% para 27%.
De lá para cá, a cidade ganhou 126 novos quilômetros de faixas exclusivas.
Além disso, oscilou para baixo o número de donos de bicicleta que dizem usá-las todos os dias (10% para 6%), de três a quatro vezes por semana (12% para 10%) e de uma a duas vezes por semana (42% para 34%).
Os que afirmam recorrer a elas de cinco a seis vezes por semana são os mesmos 3%. Por outro lado, aumentou a proporção dos que dizem usar a bike menos de uma vez por semana (23% para 33%). Entre os que não usam, a oscilação foi de 10% para 13%.
APROVAÇÃO
Conforme a Folha mostrou no domingo (8), caiu em 14 pontos a aprovação à implantação das vias exclusivas --de 80% para 66%, enquanto os contrários saltaram de 14% para 27%.
A queda na avaliação positiva das ciclovias também bate com o aumento da rejeição à administração do prefeito Fernando Haddad (PT) --os que consideram a gestão ruim ou péssima saltaram de 28% em setembro para 44%.
A pesquisa de setembro do ano passado foi feita quando a cidade tinha 78 quilômetros de faixas exclusivas. Hoje são 204 quilômetros.
Naquela ocasião, Haddad mostrava popularidade em alta na comparação com 2013, ano dos protestos contra a tarifa de ônibus. A taxa de reprovação havia despencado de 47% para 28%.
A queda na popularidade pode estar ligada à alta no IPTU em 2015, após Haddad brigar na Justiça pelo reajuste.
Temas relacionados indiretamente ao prefeito podem ter contribuído para o desgaste, como crise da água e a rejeição ao PT em São Paulo.