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Tucano promete rigor contra abuso policial

Governador Geraldo Alckmin diz que haverá "tolerância zero" se ocorrerem arbitrariedades na operação na cracolândia

De acordo com ele, ação prendeu traficantes e criminosos que estavam entre os usuários de drogas na região central

DE SÃO PAULO

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), voltou a defender a ação da polícia na cracolândia, apesar das críticas pelo uso de balas de borracha e bombas de efeito moral nos primeiros dias da operação.

Segundo ele, não havia apenas doentes (viciados) no local, mas criminosos.

"Nós prendemos ali 43 fugitivos da polícia -homicidas, traficantes, estupradores. Foram também estourados dois laboratórios que fabricavam o crack", afirmou em entrevista à TV Folha.

Mesmo assim, o governador prometeu que haverá "tolerância zero" contra a violência policial e todo tipo de arbitrariedade cometida por agentes públicos.

"A polícia tem corregedoria, e os secretários da Segurança Pública e da Justiça são promotores", afirmou.

Depois das críticas e da divulgação de imagens de viciados (não traficantes) atingidos por balas de borracha, a polícia vetou o uso delas na cracolândia.

LIBERAÇÃO DAS DROGAS

Alckmin diz ser contra a internação involuntária (sem o consentimento do viciado), ideia defendida, entre outros, pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Segundo o governador, a probabilidade de sucesso do tratamento de alguém que não está disposto a se tratar é muito menor.

"A internação involuntária deve ser a exceção da exceção. Já vi casos de uma mãe que pediu autorização do juiz para fazer a interdição do filho para que ele fosse internado. Porque ela não aguentava mais a condição em que estava o rapaz."

Sobre o futuro da operação na cracolândia, o governador faz nova promessa. "Vamos internar o maior número de pessoas possível. Estamos internando em média seis a sete pessoas por dia", disse.

O governo comemora, mas o número é baixo diante do total de viciados.

Segundo a Polícia Civil, cerca de 2.000 frequentavam a cracolândia em busca de drogas, com um giro diário de 600 consumidores.

Questionado sobre propostas de liberar as drogas, Alckmin abusou de negativas. "Não sou contra o debate. Mas hoje não está provado que liberalizar o uso de drogas vai ajudar."

Por fim, deu uma estocada no governo federal. Disse que o importante é combater os grandes traficantes e controlar as fronteiras, função da Polícia Federal. (VM E FC)

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