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Isaías Ambrósio (1928-2012)

Funcionário mais antigo do estádio do Maracanã

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

O primeiro acidente vascular cerebral sofrido por Isaías Ambrósio, conta a família, coincidiu com o surgimento dos primeiros boatos de que o Maracanã seria demolido para dar lugar a um novo estádio para a Copa de 2014.

Paulista de Pirajuí crescido em Bauru (SP), começou a trabalhar na arena, no Rio, em 1948, como pedreiro. Dormia no esqueleto da obra.

Só foi se aposentar em 2004, na condição de funcionário mais antigo do Maracanã, depois do quarto AVC. Era guia de visitação no local.

O momento mais marcante vivenciado por ele, como dizia, foi a fatídica final da Copa de 1950, quando o Brasil perdeu de 2 a 1 para o Uruguai. Chorou pela derrota, e só interrompeu o pranto para mandar um uruguaio, que gritava ao lado, calar a boca.

No estádio, no qual exerceu várias funções ao longo dos anos, teve também momentos de alegria: viu o show de Sinatra e a visita do papa.

Segundo o filho, também chamado Isaías e que também trabalhou no Maracanã, o pai, vascaíno, ganhou uma placa de homenagem na descida para o vestiário e o título de cidadão fluminense.

Viúvo em 2001, casou-se de novo, dentro do estádio. Foi viver em Bauru, mas voltou ao Rio (Maricá) em 2008.

Bom de papo, "tinha jeito para ser prefeito", brincavam. Segundo o filho, o trabalho de guia era feito para complementar a renda, já que o salário do pai era baixo.

Evangélico, costumava ir à igreja e estudar a Bíblia.

Morreu na quarta (11), aos 84, do coração. Teve seis filhos, 18 netos e 11 bisnetos. O desejo de ser enterrado no Maracanã não foi realizado.

coluna.obituario@uol.com.br

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