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Paciente paga para escapar do SUS e pega fila em hospital top
A estudante Isabella, 17, acordou na segunda-feira (13) enjoada e com dores nas costas. Desconfiada de que fosse dengue, procurou dois hospitais públicos, o Menino Jesus, na região central de São Paulo, e o São Paulo, na zona sul, mas desistiu diante de esperas de seis horas.
Mesmo sem plano de saúde, sua família optou por pagar para que fosse atendida no hospital Sírio-Libanês.
Foram duas horas de espera até o resultado do exame, mas ela foi acomodada numa poltrona e medicada.
Deu negativo --Isabella está com infecção no rim. O hospital disse que só informaria o valor da conta depois de finalizado o atendimento, mas, para a estudante, terá valido. "Senão, eu estaria com [suspeita de] dengue até agora."
Casos como o de Isabella ajudam a explicar por que até hospitais privados de ponta estão com demanda elevada no pronto-atendimento. A epidemia de dengue tem gerado procura excepcional numa época em que costuma haver mais demanda devido a doenças respiratórias.
O Sírio-Libanês diz ter registrado aumento de 40% no fluxo do pronto-atendimento em março de 2015 ante o mesmo mês de 2014. Em horários de pico, a espera chega a três horas, entre triagem e atendimento médico. A equipe foi reforçada, e 15 novas poltronas foram instaladas.
O hospital orienta os pacientes a consultarem o tempo médio de espera no site ou no aplicativo do hospital.
O Albert Einstein, no Morumbi (zona oeste), também teve aumento na procura. Na semana de 29 de março, foram 61 casos. Uma semana depois, 91. O hospital informou que está preparado para destinar um setor dos pronto-atendimentos para casos de dengue se a demanda aumentar.
O empresário Lucas Fernando Kim, 50, levou o filho, com suspeita de dengue, ao Sírio, coberto por seu plano.
Em vez dos 30 minutos que costuma esperar no pronto-atendimento, esperou 1h30, mas ficou satisfeito. "Demorou um pouquinho, mas vale cada centavo", disse.
Os hospitais São Luiz, Santa Catarina, Sabará e São Camilo também relatam aumento na procura.