Foco

Grupos espalham atos contra maus-tratos a animais pelo país

Manifestantes se reuniram na manhã de ontem em diversas cidades brasileiras para pedir uma legislação mais rígida para casos de maus-tratos contra animais.

Bem-humorados, eles levavam cartazes e usavam fantasias e máscaras.

Em São Paulo, uma manifestante vestiu-se de enfermeira, espalhou ketchup pela roupa e colocou na cabeça um yorkshire de pelúcia costurado em um balde.

Protestava contra Camila de Moura, 22, que no final do ano passado causou indignação na internet ao espancar um cachorro até a morte.

Na capital paulista, o ato reuniu cerca de 5.000 pessoas, de acordo com a Polícia Militar, e 10 mil, segundo os manifestantes.

Número que surpreendeu até os organizadores. Para se ter uma ideia, a Marcha pela Ética, ato pelo fim da corrupção, reuniu 1.200 pessoas na cidade em setembro de 2011.

Aos gritos de "Au, au, au, Justiça animal", os participantes saíram do vão livre do Masp, na avenida Paulista, seguiram até a Consolação, deram a volta na praça do Ciclista e voltaram para o Masp, onde se dispersaram.

Muitos levaram seus próprios cachorros, como o tosador Willian Galharde, 27, que chamava atenção com seu poodle tamanho gigante.

Em Recife, o protesto aconteceu sob chuva e reuniu cerca de 200 pessoas na avenida Boa Viagem, à beira-mar.

Os manifestantes não levaram animais, mas alguns se fantasiaram de gatos e cachorros e pintaram o rosto.

Em Belém, cerca de 150 pessoas participaram da passeata no centro da cidade.

Durante a manifestação, um cachorro beagle foi encontrado abandonado e com uma pata traseira machucada.

O fato provocou indignação entre os participantes -um resolveu "adotá-lo".

Em Belo Horizonte, eram cerca de 300 pessoas no protesto, que ocorreu em frente ao palácio do governo estadual, na praça da Liberdade.

Segundo o Crueldade Nunca Mais, grupo que organizou os protestos, o ato estava programado para acontecer em 200 cidades. (TALITA BEDINELLI, FÁBIO GUIBU E AGUIRRE TALENTO)