Jaime Tomaz de Aquino (1924-2015)
De caminhoneiro a magnata do caju
Filho de pequenos agricultores, Jaime Tomaz de Aquino cresceu fascinado pelos cajueiros que havia na propriedade de seus pais, na pequena Jaguaribe (interior do Ceará), sua cidade natal.
Considerava o caju um alimento completo, capaz de matar a sede e a fome. Naquela época, não podia imaginar que um dia o fruto lhe renderia um império de mais de 170 mil hectares e uma indústria de alcance nacional.
Ainda adolescente, Jaime perdeu os pais e foi tutelado pelo padre José Terceiro de Souza, que o incentivou a estudar na Escola Jesuíta de Baturité (a 93 km de Fortaleza). Ao se formar, partiu sozinho para a capital cearense, onde se alistou no Exército.
Disciplinado, economizou dinheiro até conseguir dar entrada em um caminhão, com o qual começou a fazer fretes. Viajava com frequência para São Paulo, onde percebeu que havia uma alta demanda por castanhas e outros produtos derivados do caju.
Com os lucros do frete, fundou uma empresa, a Cione (Cia. Industrial de Óleos do Nordeste), dedicada ao beneficiamento da castanha. Poucos anos depois, já era dono de sete fazendas produtoras entre o Ceará e o Piauí.
Obcecado por Santos Dumont e Juscelino Kubitschek, seu Jaime batizou algumas de suas propriedades (como JK, Planalto e Alvorada) em homenagem ao ex-presidente e pôs bustos do pai da aviação em seus campos de pouso.
Dizia querer trabalhar até os 100 anos, e quase conseguiu. Morreu no dia 16, aos 91, em decorrência de uma pneumonia. Não teve filhos. Deixa a mulher, Maria Aílane, sua companheira havia 55 anos.