José Rogério da Silva (1943-2015)
Seu Zé, o sorridente mestre da pizza paulistana
José Rogério da Silva dizia que a pizza de muçarela é o melhor termômetro para saber se uma pizzaria é boa: se bem feita, todas as outras também serão. Se não, era sinal de problema à vista.
O barulho que a massa fazia ao ser cortada já indicava se ela tinha sido assada por Seu Zé, como o pizzaiolo ficou conhecido, ou por um de seus auxiliares. Silva fez escola nos estabelecimentos da zona sul de São Paulo, onde ensinou vários profissionais a cozinhar a iguaria com qualidade.
Antes de se tornar um mestre no forno à lenha, ajudava a família a carregar o carro de boi com palmas, para dar ao gado comer, e a cuidar das colheitas de algodão e de milho em Igaci, no interior de Alagoas, onde nasceu e cresceu.
Na capital paulista, após uma tentativa na construção civil, foi levantador de pinos em um boliche na av. Santo Amaro (zona sul), em 1964.
Com a ampliação da via, os donos do local perderam espaço e decidiram transformá-lo numa pizzaria. Ali, Sorriso, apelido que ganhou por causa de sua simpatia, aprendeu os segredos da pizza.
Depois de passagens por restaurantes tradicionais, abriu o Ceretos, em 1991, com o primo Cláudio, que considerava seu filho. Tinha uma excelente memória: chegava a lembrar seis pedidos de pizza, sem anotar nenhum, pois era pouco alfabetizado.
Amava o Santos. Entre uma fornada e outra, ouvia os jogos do clube pelo rádio.
Um dia, após fazer exames de rotina, passou mal e ficou internado por quatro dias. Morreu por infarto do miocárdio no dia 17, aos 72 anos. Deixa Cláudio, nove irmãos, outros primos e sobrinhos.