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Três edifícios desabam no centro do Rio

Cinco pessoas foram resgatadas com vida até a conclusão desta edição; número de vítimas ainda era incerto

Segundo bombeiros, obra que estava sendo realizada em um dos prédios pode ser causa do desmoronamento

Marcelo Piu/Agência O Globo
Pessoas são retiradas de área onde prédios desabaram, no Rio
Pessoas são retiradas de área onde prédios desabaram, no Rio

DO RIO

Três prédios desabaram ontem por volta das 20h30 no centro do Rio. Até a 0h, cinco pessoas feridas haviam sido retiradas dos escombros e levadas para o Hospital Souza Aguiar, também no centro.

O estado mais grave era de Cristiane do Carmo, 28, que sofreu uma fratura no crânio e passaria por uma cirurgia.

O edifício Liberdade, de 20 andares, o Colombo, de dez, e um terceiro prédio, de quatro andares, foram ao chão.

Escombros atingiram edifícios vizinhos. A Defesa Civil, porém, afastou a possibilidade de novos desabamentos.

Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, a principal hipótese para o desabamento é uma obra que era realizada em um andar do Liberdade.

Um dos sobreviventes é um servente da obra. Ele estava dentro do elevador e sofreu apenas ferimentos leves.

Segundo Simões, os cães farejadores identificaram dois pontos onde pode haver vítimas. Até a meia-noite nenhum familiar acusou o desaparecimento de pessoas.

"Possivelmente foi problema estrutural", disse o prefeito Eduardo Paes (PMDB).

LUZ DE CELULAR

Pessoas que estavam no edifício ao lado usaram a luz de seus telefones celulares para chamar a atenção dos bombeiros e buscar socorro. Com as escadas cheias de escombros, não havia como sair. Trinta foram resgatadas.

Os três prédios que ruíram ficam na avenida Treze de Maio, próximo ao Theatro Municipal, na Cinelândia.

O Theatro não foi atingido, mas seu anexo, onde funciona a bilheteria, sofreu danos por causa dos escombros. "Estava na banca de jornal em frente e, de repente, ele simplesmente caiu", disse o analista de sistemas Fernando Amaro, 29, que tinha acabado de sair do edifício quando houve o desmoronamento.

Testemunhas contam que, um pouco antes do desabamento, algumas pedras caíram do alto do Liberdade. Pouco depois, houve um estrondo e o prédio veio abaixo. Segundo testemunhas, uma empresa fazia obras no 3º e no 9º andares do prédio.

Os bombeiros não tinham estimativa de quantas pessoas poderiam estar sob os escombros, mas diziam achar difícil haver sobreviventes.

PRINCÍPIO DE INCÊNDIO

Às 21h30 houve um princípio de incêndio. De acordo com bombeiros, havia forte cheiro de gás no local. Jornalistas e curiosos foram afastados. Um cordão de isolamento mantinha todos a cerca de um quarteirão do local.

Fiscais da CEG (Companhia Distribuidora de Gás do Rio de Janeiro) foram chamados para fechar as tubulações de gás. A empresa disse que não havia registro de reclamações de vazamento de gás no local, nem vistoria agendada.

Moradores de prédios vizinhos contaram que sentiram os imóveis balançarem. "Senti meu colchão tremer. Abri a janela e não vi nada, só poeira", disse a auxiliar de enfermagem Diane Silva Souza, 35.

Acompanhe a cobertura do desabamento
folha.com/cotidiano

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