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Lençóis trazidos dos EUA são incinerados

Material vindo de hospitais norte-americanos e revendido no Brasil começou a ser destruído ontem em Pernambuco

Ao todo, 35 toneladas de tecidos de vários tipos serão queimadas; todo o processo deverá acabar em uma semana

FÁBIO GUIBU
DE RECIFE

O lixo hospitalar importado dos EUA e apreendido há três meses em depósitos de indústria de confecção, no interior de Pernambuco, começou a ser incinerado ontem.

A Vigilância Sanitária de Pernambuco já destruiu 1.844 quilos, de um total aproximado de 35 toneladas de lençóis, roupas e outros tipos de tecidos usados em hospitais americanos.

"Estimávamos que houvesse 50 toneladas, mas isso não se confirmou", disse o gerente-geral da Vigilância Sanitária estadual, Jaime Brito. Segundo ele, a incineração deverá acabar em uma semana.

Segundo a vigilância, amostras dos tecidos recolhidos nos depósitos permanecerão com a Polícia Federal. Testes do Instituto Nacional de Criminalística apontaram que havia sangue nelas.

ESQUEMA

O esquema de importação do lixo hospitalar foi descoberto após a alfândega do porto de Suape (PE) interceptar dois contêineres, nos dias 11 e 13 de outubro passado.

Junto com tecidos manchados de sangue, havia seringas, drenos, máscaras e campos cirúrgicos usados.

No dia 14, a Folha encontrou lençóis semelhantes, também manchados e com marcas das mesmas instituições de saúde americanas, à venda em uma loja da Império do Forro de Bolso em Santa Cruz do Capibaribe (PE).

As 46 toneladas do material foram embarcadas em um cargueiro e devolvidas aos EUA no último sábado.

RESPONSÁVEIS

O Consulado dos EUA em Recife informou que a empresa responsável pela exportação dos produtos, a Texport Inc, controlada por um brasileiro, ainda é investigada sob suspeita de envolvimento no caso.

Segundo o consulado, a Justiça americana já apreendeu cerca de US$ 400 mil de suas contas bancárias.

No Brasil, a empresa responsável pela importação, Na Intimidade -razão social das lojas Império do Forro de Bolso, que revendiam os tecidos- foi multada em R$ 6 milhões pelo Ibama por suposto crime ambiental.

O dono da Império do Forro de Bolso, Altair Teixeira de Moura, nega ter importado lixo hospitalar, alega que o produto foi enviado por engano e disse que encomendou apenas tecidos de algodão com defeito para fabricar forros no Brasil.

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