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SP 458 tem confusão, ovo em Kassab e festa

Manifestantes contra ação na cracolândia e retirada de sem-teto no interior brigam com a PM na praça da Sé

Prefeito deixou catedral pela porta dos fundos, mas teve o carro oficial cercado e atingido por pedras e outros objetos

EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO
MARINA GAMA
RAPHAEL SASSAKI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No dia de seu aniversário de 458 anos, a cidade de São Paulo teve confronto entre cerca de 800 manifestantes e policiais, ovos jogados no prefeito, festas e shows.

Pela manhã, após a missa de celebração do aniversário, na Sé, manifestantes ligados a partidos de esquerda, sindicatos e outras entidades entraram em confronto com a Polícia Militar ao tentar agredir o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD).

O protesto era contra a operação policial no combate ao consumo de drogas na cracolândia e contra a reintegração de posse do Pinheirinho, em São José dos Campos.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) não compareceu à missa. Assessores do tucano disseram não saber o motivo de sua ausência.

Aos gritos de assassino, os manifestantes se voltaram contra o prefeito, que tem defendido publicamente a ação da PM na cracolândia.

Logo após a missa terminar, Kassab, seus assessores e seguranças aguardavam a polícia controlar a situação para sair da igreja pela porta dos fundos. Prefeito e auxiliares comentavam que o alvo era Alckmin, ausente.

Os manifestantes, cerca de 800 segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego, cercaram a igreja para impedir a saída de autoridades.

Além de Kassab, estavam na igreja o vice-governador Guilherme Afif Domingos (PSD), os deputados federais Gabriel Chalita (PMDB) e José Luis Penna (PV), o secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo (PSDB), o comandante da PM, coronel Álvaro Camilo, vereadores e secretários municipais.

SAÍDA PELOS FUNDOS

Kassab tentou deixar a catedral antes do fim da celebração, pela porta dos fundos. Mas logo que apontou na porta quase foi atingido por uma bandeira. Ele então desistiu e voltou para a igreja, onde ficou por mais 20 minutos, em absoluta tensão.

A equipe de segurança do prefeito pediu o apoio da Força Tática para sair.

Na segunda tentativa, Kassab conseguiu sair, sob uma chuva de pedras, ovos, bolinhas de papel e garrafas.

Os policiais fizeram um cordão de isolamento ao redor do carro do prefeito enquanto manifestantes tentavam, com chutes e socos, quebrar o veículo. Um policial foi agredido e revidou, iniciando a confusão.

A polícia partiu para cima dos manifestantes com cassetetes, spray de pimenta e bombas de gás. Um manifestante ficou levemente ferido.

Enquanto os manifestantes tentavam agredir Kassab, Afif e o coronel Camilo deixaram o local sem serem vistos.

Após a confusão, os militantes seguiram para a prefeitura, onde Kassab entregaria, minutos depois, a medalha 25 de Janeiro à presidente Dilma Rousseff, Alckmin e ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Eram cerca de mil pessoas, segundo a prefeitura.

Se o clima minutos antes era de guerra, lá a sensação era de festa. Com os rostos pintados com listras rosas e adesivos dizendo "Somos todos Pinheirinho", os manifestantes entoavam gritos contra Dilma, Alckmin, Kassab e o sistema capitalista.

Após quase 2 km de caminhada e muitos discursos, o protesto minguou e chegou à cracolândia com menos da metade da multidão.

Após mais alguns discursos de dirigentes sindicais e políticos, a manifestação acabou com teatro, rodas de capoeira e um rap improvisado.

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