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Procura por soterrados é ininterrupta

Resgate diz que as chances de achar sobreviventes são poucas; até a conclusão desta edição, 4 corpos foram encontrados

Prédios e também vias do entorno, no centro histórico do Rio, foram fechados por autoridades

DO RIO

Quase 24 horas depois de um trabalho ininterrupto de resgate, cerca de 400 homens ainda procuravam ontem 22 pessoas soterradas sob os escombros do desabamento de três prédios no centro do Rio.

Outros quatro corpos foram encontrados. Dos cinco feridos levados ao hospital, apenas um permanecia internado ontem. Cristiane do Carmo, 28, teve um corte profundo na cabeça. Operada, não corre risco de morte.

As chances de encontrar sobreviventes eram poucas, devido à quantidade de entulho: um dos prédios tinha 20 andares; os dois menores, 12 e seis pavimentos.

Até as 17h, já tinham sido recolhidas 17 mil toneladas de escombros. No início da noite ainda se via uma nuvem de poeira sobre o local.

Cães farejadores e retroescavadeiras se alternavam no trabalho. Quando entravam em ação, em busca de sobreviventes, todos paravam seus trabalhos para observá-los.

O entorno foi fechado ao tráfego de pedestres e veículos. Três prédios vizinhos aos que desabaram foram interditados preventivamente.

Os imóveis da calçada oposta também foram fechados para evitar a circulação de pessoas em meio às máquinas trabalhando no local.

ESCRITÓRIOS

No edifício de número 13 da avenida Treze de Maio, o administrador do condomínio, Antônio Marcos Oliveira, colocou um funcionário à disposição para buscar objetos e documentos dos escritórios.

O advogado Roberto Timbó perambulou durante horas tentando voltar para seu escritório, em um dos prédios da avenida 13 de Maio

"Não quero ficar lá. Preciso apenas pegar meu computador portátil, pois amanhã (hoje) tenho que me preparar para uma audiência", afirmou ele à Folha.

De acordo com Timbó, o jogo de empurra-empurra entre os vários órgãos oficiais que participam da operação de resgate das vítimas dos desabamentos era grande.

11 DE SETEMBRO

Nos relatos de quem presenciou a queda, uma referência era constante: o atentado de 11 de setembro de 2001 contra o World Trade Center, em Nova York.

"Pensei naquele prédio dos Estados Unidos, foi uma sensação muito estranha", disse o decorador Gilberto Figueiredo, 33, que trabalhava na obra do 9º andar do edifício Liberdade -suspeita de ter causado o desabamento.

A bilheteria e o prédio anexo do Theatro Municipal foram as únicas áreas do local visivelmente atingidas pelo desabamento, mas a diretora da instituição, Carla Camurati, pediu ao corpo técnico que fizesse uma vistoria.

"Dentro de uma catástrofe desse quilate, podemos dizer que fomos poupados, porque o teatro fica muito perto."

(DIANA BRITO, DENISE MENCHEN, LUIZA SOUTO, FERNANDO MAGALHÃES, PAULA BIANCHI)

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