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Análise

Aumento de latrocínio apavora classes média e alta

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE SÃO PAULO

A comemoração do governo do Estado de São Paulo com a queda no número de homicídios esconde um dado preocupante e que merece estudo: os crimes contra o patrimônio e os latrocínios (roubos que acabam em morte) estão aumentando -acréscimo de 20,9% neste último, de 2010 para 2011.

O latrocínio é o crime que mais apavora as classes média e alta.

Enquanto nos assassinatos sem motivação econômica muitas vezes a vítima e o matador se conhecem (são resultados de brigas de bar, entre vizinhos ou de marido e mulher), o latrocida pode estar em qualquer lugar e agir a qualquer momento.

Além disso, a sociedade vive com a esperança de que esse tipo de crime caia com a melhora das condições econômicas (mais emprego e menos desigualdade), o que não está acontecendo.

Há vários estudos que tentam relacionar economia e criminalidade.

A maioria usa como base pesquisas do americano Gary Becker, ganhador do Nobel de economia de 1992 e um dos pioneiros na área.

Segundo ele, o crime segue a lógica mercantil: algumas pessoas se tornam criminosas ao acreditarem que a atividade ilegal (o roubo, por exemplo) é mais vantajosa que a legal (trabalho).

Nesse raciocínio, o resultado de um roubo numa sociedade que está enriquecendo, como a paulista, tende a ser mais interessante (por ser mais lucrativo) do que numa empobrecendo.

Claro que há fatores, não apenas morais, que servem como desestimulantes.

A chance de ser pego é um deles, daí a necessidade de mais e melhor policiamento. A de ser punido, outro.

Ninguém discorda de que a impunidade provoca e eterniza a violência.

IDADE

Há outros fatores que influenciam a violência.

A demografia é um deles. Estudos apontam que, aliados a fatores econômicos, a criminalidade nos EUA caiu nos anos 1990 junto com a redução do número de jovens.

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