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Letalidade da Rota é a maior em 5 anos

Integrantes da chamada tropa de elite da Polícia Militar paulista foram responsáveis por 91 mortes ano passado

Para novo comandante da Rota, é preciso analisar mortes no contexto de ações especiais do grupo

ANDRÉ CARAMANTE
AFONSO BENITES
EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO

A letalidade envolvendo policiais militares da Rota, tida como a tropa de elite da PM paulista, em 2011 foi a maior dos últimos cinco anos.

Entre mortos em casos de "resistência seguida de morte" (82) e homicídios dolosos (9), integrantes da Rota foram responsáveis por 91 mortes em 2011 -14,28% de todas as mortes (637) envolvendo PMs no Estado de São Paulo.

Em 2007, os PMs da Rota estiveram envolvidos em 47 mortes, o que representou 9,85% dos 477 mortos por PMs em todo o Estado.

Em sete anos, as mortes em 2011 só não superaram as de 2006, quando as forças de segurança enfrentaram três ondas de ataques da facção criminosa Primeiro Comando da Capital. PMs da Rota se envolveram em 93 "resistências seguidas de mortes" e 4 homicídios na ocasião.

O atual comandante da Rota, tenente-coronel Salvador Modesto Madia, que assumiu o posto em 22 de novembro de 2011, disse que as mortes causadas pelos seus subordinados precisam ser analisadas dentro de todo o contexto atual da Rota, "que é uma tropa de excelência", segundo sua classificação.

A análise de documentos de 84 meses (2005 a 2011) da Corregedoria da Polícia Militar feita pela Folha revela que os PMs da Rota tiveram ligação com as mortes de 470 pessoas no período.

Entre 2005 e 2011, 3.921 pessoas foram mortas por PMs no Estado de São Paulo, isso em "resistência seguida de morte" (3.074) e homicídio doloso (847). A média diária de mortos por PMs em São Paulo é de 1,53.

As 470 mortes ligadas aos PMs da Rota são 12% de todos mortos nesses sete anos.

Todas as mortes cometidas por PMs na Grande São Paulo e capital são investigadas pela Corregedoria da PM e pelo DHPP (departamento de homicídios), da Polícia Civil.

Alguns casos com PMs da Rota, como as mortes de seis acusados de tentar roubar caixas eletrônicos de um supermercado, na zona norte paulistana, em agosto, estão sob suspeita de terem sido resultado de uma emboscada.

Corregedoria da PM, DHPP e Promotoria investigam se os ladrões foram mortos quando já estavam rendidos.

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