Alckmin rompe contrato e atrasa metrô ainda mais
Estado fará nova licitação e adia em mais um ano novas estações da linha 4
Higienópolis, Oscar Freire, Morumbi e Vila Sônia, que deveriam funcionar desde 2010, ficarão para 2017 e 2018
A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) rescindiu a contratação da obra das novas estações da linha 4-amarela do metrô de São Paulo –que deverão sofrer um novo atraso de pelo menos um ano.
O rompimento do contrato foi anunciado com a justificativa de que as empresas do consórcio Isolux Corsán-Corviam, responsável pela construção, não respeitaram prazos, abandonaram os trabalhos, não atenderam normas de qualidade e segurança e deixaram de pagar subcontratadas e fornecedores.
Na assinatura do contrato, em 2006, a previsão do governo tucano era que todas as estações estivessem concluídas até 2010. Agora, a perspectiva mais otimista é 2018.
A linha 4 já opera hoje com sete estações, transporta 700 mil pessoas por dia e é uma das principais da rede, por fazer interligação com outras três do metrô e três de trem.
Nova concorrência será aberta até setembro para selecionar outra empresa que possa concluir as quatro estações pendentes: Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia.
"Não há como esperar mais. O consórcio será duramente penalizado. Todas as multas, punições, inabilitação para participar de licitações", disse Alckmin, ao justificar a rescisão contratual.
O Metrô diz que a decisão foi unilateral e haverá multa de R$ 23 milhões ao consórcio –liderado por uma construtora espanhola que está entre as maiores do mundo.
O consórcio diz que a solicitação de rescisão partiu dele, que há "limitações gerenciais" no Metrô e que cobrará pagamentos não recebidos.
Além das quatro estações pendentes da linha 4, a Corsán era responsável pela Fradique Coutinho, inaugurada em novembro de 2014.
Essas obras foram iniciadas em abril de 2012, ao custo total de R$ 559 milhões.
A estação inacabada em estágio mais avançado –com 60% das obras concluídas– é a Higienópolis-Mackenzie, cuja última previsão de abertura era início de 2016. Agora, ficará para 2017.
O mesmo ocorre com a parada Oscar Freire, que tem 40% das obras realizadas.
As estações São Paulo-Morumbi e Vila Sônia, com obras menos adiantadas, devem ficar prontas no segundo semestre de 2017 e no início de 2018, respectivamente –caso não haja novos entraves.
A linha 4 foi a primeira do metrô feita por meio de parceria com a iniciativa privada, para agilizar a expansão da rede metroviária paulista.
O Estado pagou a construção, e uma concessionária banca trens, equipamentos e a operação. Com a segunda fase completa, ela terá 11 estações e 12,8 km de extensão.
O acidente que abriu uma cratera na estação Pinheiros, em 2007, deixando sete mortos, foi um dos motivos para mudanças nos cronogramas.
Uma linha ligando a zona oeste ao centro já constava do primeiro mapa do metrô de São Paulo, em 1968.
O primeiro projeto básico foi consolidado em 1993, e a construção da linha chegou a ser anunciada pelo então governador Mário Covas (PSDB) em 1995.