Atraso trará duplo dano financeiro a governo de SP
Além da nova licitação, Estado briga na Justiça com operadora da linha
Secretário estadual de Transportes não fala em números, mas admite que custo com novo processo será 'elevado'
O rompimento do contrato das obras da linha 4-amarela do metrô de São Paulo vai provocar um duplo prejuízo financeiro à gestão Alckmin.
O primeiro será devido à nova licitação que será aberta para a conclusão da linha.
O secretário dos Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, afirma que documentos serão enviados ao Banco Mundial, que financia a obra, na próxima semana.
"Esperamos que entre o final de agosto e o início de setembro consigamos publicar a licitação, para poder retomar as obras [nas estações] no início do próximo ano", diz.
Assim ficaria mantida a última previsão de conclusão da linha, em 2018. O prazo, porém, depende desse novo plano do governo dar certo, o que inclui concluir em tempo recorde uma licitação para obras deste porte.
O valor do certame ainda não foi calculado, mas o secretário estima que será "elevado". O consórcio Isolux Corsán recebeu R$ 201 milhões dos R$ 559 milhões previstos, mas o orçamento terá que ser recalculado na nova licitação.
Segundo Pelissioni, além de multar a construtora, o governo também pedirá reparação de danos na Justiça.
REEQUILÍBRIO
O segundo prejuízo do Estado com o novo atraso nas obras virá em processo movido pela concessionária ViaQuatro, responsável por 30 anos pela operação da linha.
A empresa diz ter sido prejudicada pela demanda perdida, pois a linha era para estar pronta desde 2010, transportando um milhão de pessoas por dia. Hoje, com quatro estações em obras e sete em operação, o ramal leva 700 mil passageiros/dia.
A cada atraso no cronograma, cresce a quantia pedida pela concessionária.
Governo e concessionária não revelam os valores discutidos, mas técnicos estimam que a pendência pode atingir dezenas de milhões de reais.
Pelissioni diz que o caso está em discussão na Justiça.