'Não vou pedir justiça', afirma mãe de vítima
O pintor Fernando Luiz de Paula, 34, bebia com amigos em um bar no bairro Munhoz Júnior, em Osasco (Grande São Paulo), quando foi alvo de atiradores encapuzados.
A ação, pouco antes das 21h, foi a primeira de uma série de ataques na cidade e em Barueri na quinta (13).
Fernando foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Foi uma das oito vítimas que estavam naquele local.
"Só sei que meu filho morreu. Não vou usar camiseta com a foto dele, não vou pedir justiça. Vou continuar meus corres porque ninguém vai me ajudar", diz a mãe, Zilda Maria de Paula.
Segundo ela, o filho estava desempregado e não tinha envolvimento com crimes.
O companheiro de Eduardo Oliveira Santos, 41, que foi atingido no mesmo bar, também afirma que a vítima era tranquila e não estava envolvida em confusão.
"Foi o caso de estarem no lugar errado e na hora errada", afirma Jean Lopes, 34, que morava com Eduardo havia cinco anos. Amigo de infância de Eduardo, Thiago Marcos Damas, 32, também foi atingido e morreu.
Ainda em Osasco, Presley Santos Gonçalves, 26, pai de dois filhos, estava na frente da casa de um tio quando um homem em uma moto atirou seis vezes nele.
Segundo parentes, Presley trabalhava em um mercado.
"Quando morre um policial, pode saber que em até 15 dias vai ter uma chacina", afirma a costureira Rosângela Gonçalves, 50, amiga da vítima. Há três anos, ela perdeu o filho em outra chacina na cidade. "Nunca vai mudar, aqui não existe justiça", diz.
A irmã de Eduardo Bernardino César, 26, conta que ele havia saído com um amigo para comprar um lanche na mesma rua em que morava, também em Osasco.
Ela relata que os dois caminhavam pela avenida Eurico da Cruz quando foram abordados. Segundo ela, dois motoqueiros começaram a atirar, mas o amigo de Eduardo conseguiu fugir.
"Ele nunca mexeu com nada de errado", diz Tânia Cristina César. Eduardo deixa uma filha de dois anos.
Cerca de 20 minutos depois, novos disparos vitimaram o ajudante geral Deivison Lopes Ferreira, 26.
Segundo o irmão dele, há 18 anos ambos perderam o pai da mesma maneira (leia mais na pág. B5).
"Infelizmente, nada vai ser resolvido. Quem fez isso não tem coração", diz Jorge Hemrique Ferreira, 31.