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Pedro Saliba (1925-2012)

Tornou-se advogado aos 55 anos

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Pedro Saliba, que foi lanterninha de cinema, baleiro, engraxate, entregador de carne e balconista de bar, realizou seu grande sonho aos 55 anos: formou-se em direito.

Pedro Saliba Filho conta que o pai, em sua carreira jurídica, atuou 90% do tempo de forma gratuita. Por algum tempo, foi ainda advogado dativo (indicado pelo Estado para quem não pode pagar).

Paulistano, era filho de libaneses que migraram numa missão para fundar a igreja maronita em São Paulo. No período em que passou por dificuldades, a família se mudou para São José do Rio Preto, mas logo voltou à capital e se estabeleceu no Ipiranga.

Aos 14 anos, depois de ter arrumado vários serviços, tornou-se funcionário da companhia têxtil Niazi Chohfi, na 25 de Março, no centro de São Paulo. Foi representante comercial por cerca de 50 anos.

Ele e o irmão Natal envolveram-se com futebol de várzea. Pedro chegou a trabalhar na Federação Paulista de Futebol, cuidando da segunda divisão do campeonato.

Sempre metido com política, nos anos 50 arriscou-se como candidato, mas não foi eleito. Segundo o filho, o pai ajudou na criação do MDB.

Fundou ainda clubes recreativos no Ipiranga, como o Gandhi, que ganhou esse nome por ter sido criado no dia da morte do líder indiano. Sua mulher, Diva, mantém há quase 20 anos um grupo que angaria fundos para creches.

Trabalhou até 2002. Em 2008, fraturou o fêmur numa queda, mas conseguiu dar a volta por cima. No ano passado, caiu de novo e teve novos problemas. Morreu na segunda (23), aos 86. Teve três filhos, dois netos e bisneta.

coluna.obituario@uol.com.br

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