Arnaldo de Barros Camargo (1926-2015)
Sempre com o distintivo no peito
Não importava aonde ia, Arnaldo de Barros Camargo sempre trazia seu distintivo em evidência. Mesmo depois de aposentado, a identificação que o acompanhou quando fotógrafo e perito da Polícia Civil de São Paulo continuava presa à sua camisa ou ao seu paletó.
"Só pensava na polícia. Ninguém podia se aproximar dele pra falar mal da corporação. Sempre acompanhando os noticiários, o trabalho policial", diz o filho Ibiracy.
Começou a carreira ainda na década de 1940 e atuou no DI (Departamento de Investigações) –que depois tornou-se o Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais)– até se aposentar.
"Conheço as pessoas pelas mãos", dizia ele sobre o trabalho de identificação que fazia com frequência.
O problema, comentava ele, era o salário de funcionário público. Quando os filhos eram pequenos e queriam algo novo, ouviam para ter paciência porque "vai melhorar, o governo vai pagar mais". Morreu com essa ideia.
Apesar da paixão pela polícia, incentivou os filhos a fazerem medicina. "Incentivou, mas não pressionou", diz Ibiracy, segundo da família a se graduar médico.
Quando o primogênito concluiu a faculdade, Arnaldo o homenageou com uma placa na porta de casa, que trazia nome e profissão.
Sua grande companheira foi Laura, com quem se casou em 1946, teve três filhos e permaneceu até o fim.
Morreu no último dia 22, aos 89 anos, após complicações em decorrência de uma queda. Deixa, além da mulher e dos filhos, oito netos e cinco bisnetos.