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Equipes procuram vítimas no vão entre prédio e teatro

Bombeiros suspeitam que corpos tenham sido arremessados no desabamento

Cinco pessoas estão desaparecidas; 4 dos 17 corpos localizados não foram identificados pela Polícia Civil do Rio

DO RIO

As equipes de resgate que ainda trabalham na área onde três prédios desabaram no centro do Rio concentraram as buscas ontem em uma área de ventilação que fica entre o prédio Liberdade, o maior deles, o edifício vizinho -chamado Capital- e o imóvel anexo do Theatro Municipal.

Eles suspeitam que corpos tenham sido arremessados para esses locais na última quarta-feira. Cinco pessoas ainda estão desaparecidas.

Ontem, familiares de vítimas tiveram material genético coletado para confrontar com o DNA de corpos encontrados no local, cujo reconhecimento não é possível. Quatro dos 17 corpos localizados ainda não haviam sido identificados pela Polícia Civil.

Dez corpos das vítimas do desabamento foram encontrados perto da escada e dos dois elevadores do prédio mais alto, o que indica que tentaram fugir do local quando ele começou a ruir.

"É provável que as pessoas tenham tentado escapar por essa escada", disse o coronel Roberto Sobral Junior, que comanda a operação de busca e salvamento.

VÁRIOS PROBLEMAS

Para a Polícia Federal um "somatório de problemas" pode ter causado o desabamento dos três prédios.

"Os depoimentos estão me levando para isso. Não me parece que houve uma única causa", afirmou o delegado Fábio Scliar, da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, da Polícia Federal.

A PF abriu inquérito para apurar possíveis danos causados no teatro, tombado pelo patrimônio histórico.

ESTÉTICA

Sérgio Alves, presidente da TO (Tecnologia da Informação), empresa que funcionava em seis andares do edifício Liberdade, disse que a sua obra não causou o desabamento, uma das hipóteses para o desmoronamento ventiladas desde o acidente.

"A reforma era estética e não estrutural. Tratamos apenas de pintura, remoção de parede de alvenaria e troca de piso", disse Alves, após prestar depoimento à PF.

De acordo com o "Jornal Nacional", que obteve as plantas do edifício Liberdade, o imóvel começou a ser construído em 1938 e inicialmente teria 15 andares.

Um ano depois, durante a construção da obra, os construtores conseguiram aprovação da prefeitura para acrescentar mais três andares com um recuo e criaram também um subsolo.

O prédio ficou pronto em 1940. Dez anos depois, outra autorização da prefeitura permitiu uma obra de extensão nesses três andares mais altos, dando ao edifício a feição que tinha quando caiu.

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