Motoristas param ônibus em São Paulo

Uma paralisação de motoristas e cobradores parou a circulação de ônibus em São Paulo das 3h às 6h de ontem.

Cerca de 2 milhões de passageiros foram prejudicados, diz o sindicato da categoria.

Pontos de ônibus lotados, ônibus chegando às paradas com atraso de duas horas e meia e a ação de vans clandestinas foram consequências do protesto que, de acordo com sindicalistas, causou transtornos a passageiros em toda a cidade.

O ato atingiu 8.342 ônibus das 32 garagens da cidade. A prefeitura disse apenas que, como os ônibus demoraram a sair da garagem, a normalização do serviço se deu às 10h, sete horas após o início do movimento. A motivação foi o valor das multas que a prefeitura aplica às viações por infrações de trânsito e as punições administrativas. O sindicato ameaça greve, a ser decidida na segunda-feira, caso a situação não mude.

REPASSE

Passar no sinal vermelho, por exemplo, rende multa de R$ 720, quase quatro vezes mais que o definido pelo Código de Trânsito Brasileiro.

O sindicato diz que se um ônibus não chega no horário, está sujo ou deixa de circular, são os funcionários que têm de pagar as multas.

Ao serem multadas, as empresas repassam o valor a funcionários, diz o sindicato. "O funcionário, que ganha R$ 1.680, tem que pagar esse absurdo", diz Isao Hosogi, presidente da entidade. Empresas de ônibus dizem repassar só as multas de trânsito.

A regra que estabelece o valor das multas vale desde 2007 e não será mudada, diz a prefeitura. O prefeito Gilberto Kassab (PSD) criticou a paralisação. Segundo a SPTrans, empresa que gerencia o transporte em São Paulo, 119 mil multas foram aplicadas às empresas em 2011, um terço delas por infrações cometidas por funcionários.