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Governo estadual e prefeitura atrasam obras na cracolândia

Entre os projetos atrasados há um complexo cultural, uma escola técnica e mais de 2.600 moradias populares

Intervenções visam atrair para a região famílias, alunos e frequentadores de eventos culturais

JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO

Projetos estratégicos do governo de SP e da prefeitura para mudar o perfil de quem mora e circula na cracolândia e alavancar a revitalização da região estão atrasados.

Entre eles, estão um complexo cultural, uma escola técnica para 2.500 estudantes e moradias populares para mais de 2.600 famílias.

Hoje completa um mês a operação do Estado e prefeitura, focada em ações de repressão e assistência social.

Enquanto a meta atual é retirar bandidos e usuários de drogas das ruas -embora eles continuem na área-, os planos urbanísticos visam atrair famílias, estudantes e público de eventos culturais.

O maior projeto do Estado, o Complexo Cultural Luz, só deverá ter obras iniciadas em 2013 e ficar pronto em 2016 -a ideia era iniciá-lo em 2011.

Ocupando um quarteirão ao lado da estação Júlio Prestes, vai abrigar a SP Companhia de Dança, a Escola de Música Tom Jobim, salas de espetáculo, teatros e café.

Hoje, porém, é um quarteirão parcialmente demolido.

Outro prédio atrasado é o da sede do Centro Paula Souza e de uma escola técnica. Entre as ruas Aurora, Timbiras, dos Andradas e Couto Magalhães, deveria estar pronto em 2011, mas ficará para o segundo semestre.

Há também dois prédios de 111 apartamentos de 50 m² da CDHU na rua dos Gusmões, que seriam as primeiras moradias populares na região, anunciadas em 2009, mas que estão no papel.

Para Gilberto Kassab (PSD), o grande entrave é o Nova Luz, maior projeto de requalificação já desenhado para a área, suspenso pela Justiça.

Outro é o Renova Centro, que, com dinheiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento, pretende reocupar 53 prédios, com 2.500 famílias de baixa renda.

Os imóveis foram declarados de utilidade pública em 2009, mas só sete foram desapropriados (470 famílias).

Para o arquiteto e urbanista Cesar Bergström, esse tipo de intervenção não reverte a degradação. Ele cita a inauguração, em 1999, da Sala São Paulo, na estação Júlio Prestes. "Diziam que ia revitalizar a região e isso não ocorreu."

Para ele, as saídas são estimular os donos de prédios a reciclarem seus imóveis e incentivar o comércio local.

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