Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Exército toma Pelourinho e tensão nas ruas altera rotina dos turistas

City tours e shows, incluindo de Ivete Sangalo, são cancelados às vésperas do Carnaval baiano

Lojas do centro histórico de Salvador fecham as portas mais cedo com medo de saques e assaltos

ENVIADO ESPECIAL A SALVADOR
DE SALVADOR

A onda de violência desencadeada pela greve dos policiais militares da Bahia alterou a rotina nos principais pontos turísticos de Salvador.

O clima de insegurança provocou o cancelamento de city tours e de diversos shows na capital baiana.

No Pelourinho, o policiamento passou a ser feito por homens do Exército, com metralhadoras e fuzis. Nem a ostentação das armas de guerra nem a presença dos militares amenizaram o clima de insegurança no local.

A joalheria H.Stern fechou as portas ao meio-dia. Outras lojas do centro histórico também reduziram o horário de funcionamento por temerem que os saques se alastrem para a região turística.

"A gente espera o ano inteiro para vender mais na alta estação e agora há esse clima de insegurança. Estamos nos sentindo coagidos dentro da nossa própria casa", reclamava Maria das Dores Sena, 57, dona de joalheria.

Acostumado a visitar a Bahia uma vez por ano, o empresário de Taubaté Sandro Soprani, 57, contou que foi assaltado anteontem na rua com outros turistas, durante a festa de Iemanjá, no bairro Rio Vermelho. "Pela primeira vez, senti medo aqui. O Rio de Janeiro está mais seguro que Salvador."

Shows do Olodum e de outras bandas de axé music foram cancelados até o fim de semana. A apresentação da cantora Ivete Sangalo, marcada para hoje, na Praia do Forte, também foi adiada.

Em outro ponto de fluxo turístico, o farol da Barra, a presença de visitantes foi 70% menor ontem, segundo estimativa de comerciantes da região. No local, havia só um carro da PM durante a tarde.

"Ontem [anteontem] ouvimos boatos de arrastão quando estávamos passeando. Foi uma correria, foi tenso", contou a cabeleireira capixaba Andressa Mesquita.

Acompanhada de mais quatro amigos, ela cancelou a programação do dia após o susto. E só decidiu sair ontem após saber da presença dos militares na cidade.

NOITE VAZIA

À noite, a orla de Salvador estava vazia. Quase ninguém se aventurou a ir aos bares de bairros como Barra e Rio Vermelho, que costumam ficar lotados nesta época do ano.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.