Ladrões invadem iate, assaltam e torturam vítimas em Paraty

A Polícia Civil do Rio investiga um assalto, com tortura, contra dez pessoas da família de um médico paulistano em um iate no mar de Paraty (RJ), na madrugada do dia 21, a cerca de 2 km da cidade.

Três homens armados invadiram a lancha de 60 pés -18 m de comprimento. Ao menos um comparsa ficou em um bote. A polícia quer ouvir ex-funcionários do médico, pois suspeita que parte da quadrilha, que usava toucas, o conhecia. Foram levados dinheiro, um GPS e um motor.

À Folha o médico, de 79 anos, que pediu anonimato, disse que os ladrões apontaram armas, deram coronhadas e ficaram afiando facas.

"Apontaram o revólver para meu filho [de 49 anos] e perguntaram se queria no peito ou na cabeça. Puseram um saco plástico na cabeça dele e cutucaram seu pescoço com uma faca. Houve violência física e psicológica."

Segundo o médico, estavam no barco dois filhos, nora e netos, a maioria adolescentes -não havia crianças.

Ele diz que a ação durou cerca de uma hora e meia, mas seu relato é baseado no que ouviu dos familiares.

Os ladrões não entraram na cabine onde dormia com a mulher. "Meu filho disse que eu era cardíaco e poderia morrer. Se acreditaram piamente nisso, é porque já tinham me visto antes", disse.

O médico, que é membro do Iate Clube de Ubatuba, disse que, após o incidente, ficou sabendo de casos semelhantes, não registrados pelas vítimas. "Se alguém tivesse me dito que isso estava ocorrendo, agiria diferente."

O delegado Hermano Rocha, de Paraty, disse desconhecer outros casos. "É o primeiro relato de assalto a embarcação desta forma."

O médico, que tem casa em Ubatuba desde os anos 1980 e navega com frequência desde 2002, disse que se preocupará mais com a segurança. O negócio agora é não dormir mais no mar."