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ONGs temem por bichos resgatados na área do Pinheirinho

Prefeitura diz ter retirado 240 animais de região invadida que sofreu reintegração de posse em São José dos Campos

Voluntários cuidam de cães, gatos e galinhas, entre outros, deixados para trás pelos antigos moradores do bairro

FELIPE LUCHETE
ENVIADO ESPECIAL A SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Organizações que cuidam de animais abandonados por ex-moradores do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), temem que os bichos resgatados pela prefeitura após a desocupação da área sofram maus-tratos.

Segundo a Opar (Organização para Proteção de Animais de Rua), de São José, e a ONG Cão Sem Dono, de São Paulo, a prefeitura não revela para onde levou os animais nem que cuidados eles recebem.

Desde a operação que retirou há duas semanas os moradores da área invadida, grupos de voluntários vão ao local para alimentar ou resgatar cães, gatos, galinhas e outros animais deixados para trás.

CUIDADOS

A prefeitura anunciou ter retirado 240 animais da área, a maior parte deles sob responsabilidade da Animales, empresa contratada para fornecer moradia, tratamento e alimentação a curto prazo.

A administração não quis divulgar o endereço onde os animais estão, entretanto, alegando atender a um pedido da empresa.

"A impressão que tenho é que vão acabar sacrificando todos eles", diz o presidente da Opar, Paulo Higashibara.

A dona da Animales, Shirley Lima, disse que abriga 180 animais do Pinheirinho em um sítio e que todos estão sendo bem cuidados. Ela afirmou que não divulga o local por questão de segurança.

O departamento de comunicação da prefeitura informou que ex-moradores do bairro interessados em reaver seus animais podem ir ao abrigo acompanhados por funcionários.

ESQUECIDOS

Duas semanas após a desocupação do Pinheirinho, muitos animais continuam vagando pelo extenso terreno, de 1,3 milhão de metros quadrados.

Na quinta-feira, quando a reportagem visitou o local, cerca de 15 cães estavam em cercas improvisadas pelos voluntários em meio aos destroços, recebendo comida.

A aposentada Marilu Godoi, 54, lidera um grupo de mulheres que se definem como "protetoras independentes" e levam ração, procuram bichos em escombros e casas abandonadas e resgatam os mais debilitados.

No dia 26, a Folha acompanhou uma integrante do grupo salvando um filhote de cachorro em uma rua deserta do Pinheirinho. Os dois irmãos dele estavam mortos.

Agora, a preocupação dos voluntários é achar um novo lar para os animais já tratados, vacinados e castrados.

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