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Lajes de prédio desabam e matam criança

Pelo menos outras seis pessoas ficaram feridas em edifício comercial no centro de São Bernardo do Campo

Pisos dos 13 andares ruíram em efeito cascata às 19h30; bombeiros não acham indício de explosão

GIBA BERGAMIM JR.
DE SÃO PAULO

As lajes de um prédio no centro de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, vieram abaixo no início da noite de ontem causando a morte de uma criança de seis anos e deixando ao menos outras seis pessoas feridas.

Até a conclusão desta edição, o Corpo de Bombeiros procurava desaparecidos.

O edifício Senador tem 13 andares e abriga escritórios de administração e consultórios médicos. Estes ocupam a maior parte das 74 salas.

A criança que morreu no desabamento estava em uma consulta médica acompanhada dos pais, que sobreviveram. A enfermeira que trabalha no mesmo consultório, localizado no 6º andar do edifício, estava desaparecida até a conclusão desta edição.

Havia ainda a suspeita de que outras quatro pessoas que estavam na lanchonete do térreo estivessem sob escombros.

EFEITO CASCATA

Segundo testemunhas, as lajes caíram por volta das 19h30, num efeito cascata que foi do 13º andar até o térreo, espalhando poeira e concreto pelas ruas do entorno.

Apenas uma das laterais do prédio foi atingida pelo desabamento. Após o acidente, era possível ver o céu a partir do térreo do edifício.

O buraco aberto tem cerca de dez metros de diâmetro, segundo cálculo do tenente-coronel Roberto Cunha, responsável pelo Corpo de Bombeiros local.

A médica que atendia à criança afirmou à Polícia Civil que a sensação no momento do desabamento era a de que um trem estava se aproximando. Toda a estrutura do prédio chacoalhava, disse.

Ainda segundo o tenente-coronel dos bombeiros, não há indícios de que tenha havido uma explosão antes da queda em cascata das lajes.

'TUDO CAINDO'

"Eu estava saindo do trabalho, aqui do lado, quando vi tudo caindo. Eram pedaços de ar-condicionado e concreto", afirmou o vendedor Jair Pereira dos Santos, 25.

"Subiu fumaça em todo o Paço Municipal", disse o aposentado Joseval Dantas Barboza, 54, que passava de ônibus próximo ao edifício.

O síndico do condomínio do edifício Senador, Lauro Salera, 69, afirmou ontem que o prédio dispõe de todos os alvarás atualizados necessários para seu funcionamento.

"O edifício é muito resistente", disse Wilson Marchiori, que também ajuda na administração do prédio.

Não havia reformas em andamento no local, segundo testemunhas ouvidas pelas autoridades até a conclusão desta edição.

Ainda de acordo com o tenente-coronel Cunha, os riscos do que sobrou do prédio cair são pequenos.

Em 25 de janeiro, três prédios do centro do Rio foram ao chão, matando 17 pessoas.

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