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Sem-teto faz vigília para não ser retirado de calçada da São João

NATÁLIA CANCIAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Famílias sem teto que ocupam a calçada da avenida São João, no centro, montaram um esquema de segurança para ficar no local após o confronto com a Guarda Civil Metropolitana anteontem.

Um grupo de dez homens se reveza a cada duas horas para impedir que os desabrigados sejam pegos de surpresa. Há vigília 24 horas.

Ao todo, 13 guardas e sete sem-teto ficaram feridos na manhã de domingo depois de uma tentativa de desocupar a área. Homens da GCM chegaram a usar spray de pimenta contra os desabrigados.

"Parecia tropa de guerra. Sabe a guerra do Iraque? Eram eles ou nós", afirmou a sem-teto Fabiana Arruda da Silva, 26, grávida de oito meses. "As crianças ficaram assustadas, chorando. Tacaram spray no meu marido."

O prefeito Gilberto Kassab (PSD) anunciou ontem que vai punir os guardas que se envolveram no confronto se comprovado o excesso.

Em nota, a GCM afirma que agiu "dentro da legalidade" e quis oferecer vagas aos sem-teto nos abrigos municipais. O grupo, que recusou a oferta, pede moradia definitiva.

Líderes do movimento estimam que 230 famílias estejam no local desde que foram retirados de um prédio invadido na esquina com a avenida Ipiranga, há cinco dias.

Lonas separam o espaço, equipado com sofás, colchões e até cozinha.

Bares e lanchonetes emprestam o banheiro. O acampamento é vigiado por 20 guardas metropolitanos.

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