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PMs desocupam Assembleia, mas greve continua na Bahia

Líder do movimento é preso após ficar 9 dias amotinado no prédio do legislativo

Governo Jaques Wagner diz que maioria voltou ao trabalho; Salvador, porém, permanece sem policiamento na rua

DE SALVADOR

Os PMs em greve deixaram ontem a Assembleia Legislativa da Bahia, invadida no dia 31 de janeiro. Marco Prisco, líder do movimento, foi preso.

Depois de uma reunião à tarde para analisar propostas do governo, os grevistas decidiram manter a paralisação.

Prisco e o policial Antonio Angelini, cujas prisões estavam decretadas, deixaram o local pelos fundos e foram e levados à Polícia do Exército.

Sitiados por forças federais desde a segunda, os PMs começaram a deixar o prédio às 6h30, em silêncio, horas após a divulgação, na TV Globo, de gravações telefônicas em que Prisco parece incentivar atos de vandalismo no Estado.

Na hora da rendição, cerca de 1.800 homens das forças federais cercavam o prédio.

Grades foram instaladas e um corredor das forças federais, formado na entrada do prédio do Legislativo baiano.

Após a saída dos 245 grevistas, o Exército e a Polícia Federal tomaram o local. Havia sujeira no interior da Assembleia, mas, segundo o Exército, as instalações foram preservadas, exceto pelo vidro quebrado de uma porta.

Assessores do governador Jaques Wagner (PT) divulgaram que "maioria dos policiais" já havia voltado a suas atividades, "exceto um pequeno núcleo radicalizado".

A Folha circulou por bairros e pelo centro de Salvador e não achou policiamento.

No Aeroporto Luis Eduardo Magalhães, havia um carro da Força Nacional de Segurança. Houve briga de taxistas por clientes, mas os dois policiais não intervieram.

No terminal de ônibus do Pirajá, um dos maiores da cidade, havia somente dois soldados do Exército. Em bairros da periferia, como Boca do Rio e São Caetano, o comércio estava parcialmente fechado durante a tarde.

Uma onda de violência assola a Bahia desde o início da greve: já são 148 homicídios desde então, mais que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado.

IMPASSE

Além da revogação da prisão de Prisco e de outros 11 líderes, os policiais reivindicam o pagamento, a partir de março, da gratificação acertada após o fim da greve de 2001 e a anistia administrativa dos manifestantes. O salário inicial de um PM baiano é de R$ 2.173,87. O governo aceitou pagar a gratificação em novembro e admitiu dar anistia a quem não cometeu crime comum. Sobre as prisões, diz não poder interferir em decisão judicial.

(FÁBIO GUIBU, GRACILIANO ROCHA, MOACYR LOPES JUNIOR E ROGÉRIO PAGNAN)

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