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PM infrator não deve ter anistia, diz Dilma

Presidente afirma ter ficado 'estarrecida' com gravações que mostram PMs grevistas da Bahia incentivando vandalismo

Governo federal quer a punição de líderes acusados de crimes, para desestimular as ações em outros Estados

FLÁVIA FOREQUE
ENVIADA ESPECIAL A PARNAMIRIM
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff afirmou ser contra a concessão de anistia aos policiais grevistas na Bahia suspeitos de cometer crimes.

"Por reivindicação, eu não acho que as pessoas têm de ser presas, nem de ser condenadas. Agora, por atos ilícitos, por crimes contra o patrimônio, contra as pessoas e a ordem pública não podem ser anistiados", disse ontem, durante viagem a Pernambuco.

A declaração foi dada em alusão ao áudio divulgado anteontem pelo "Jornal Nacional" em que líderes grevistas e políticos combinam estender ao Rio a paralisação, além de incentivar vandalismo.

"Fiquei estarrecida quando vi as gravações e sobre o fato de que há outros interesses envolvendo toda essa paralisação", afirmou Dilma. "Eu não considero que aumento de homicídio na rua, queima de ônibus, entrada em ônibus encapuzado seja uma forma correta de conduzir o movimento."

Em 2010 e 2011, Lula e Dilma anistiaram PMs e bombeiros que participaram de greves. O perdão abrangeu crimes do código militar, mas excluiu os do penal.

Para desestimular ações em outros Estados, o governo espera punição exemplar aos que cometeram vandalismo -pego de surpresa na Bahia, o Executivo já tem tropas federais de sobreaviso para atuar no Rio, se necessário.

GENERAL

Para integrantes do Executivo e do comando militar baseado em Salvador, o movimento ficou enfraquecido com a divulgação dos diálogos.

Gravados pela polícia baiana, eles ajudaram a constranger uma ala da PM que ensaiava juntar-se ao movimento. Na segunda-feira, informantes do governo estadual alertaram para a hipótese de crise institucional, motivada pelo risco de oficiais aderirem à greve.

Outro foco de tensão foram os rumores, anteontem, da destituição do general Gonçalves Dias do comando das operações na Bahia.

O boato, negado pelo Exército em nota, foi alimentado após a divulgação de fotos com o militar recebendo, emocionado, um bolo dos manifestantes pelo seu aniversário. O Planalto condenou o gesto.

Segundo a Folha apurou, a atitude do general acabou provocando um racha entre ele e o governador Jaques Wagner. Dias confidenciou a companheiros ter ficado magoado com os rumores, classificando-os de fogo amigo. Apesar do mal-estar, ele continua no controle da operação.

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