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Só 57 cidades de SP terão vacina para raiva animal

Estado culpa governo federal por falta de doses para todos os 645 municípios

Ministério da Saúde diz que houve atraso na entrega pelo fornecedor e que o restante chega até o final do semestre

TALITA BEDINELLI
DE SÃO PAULO

Só 57 dos 645 municípios de São Paulo terão vacinação em massa contra a raiva animal no começo deste ano.

A campanha de vacinação deverá acontecer até maio, mas quem definirá as datas são os próprios municípios.

A decisão de como será a campanha foi tomada ontem, na reunião de comissão composta pelas áreas de saúde dos municípios e do Estado.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, teve que haver uma seleção de cidades porque o Ministério da Saúde mandou só 37% das doses pedidas por São Paulo para contemplar todo o Estado.

Para receber a campanha, foram selecionadas as cidades que apresentaram casos de raiva animal em 2011 e neste ano, entre elas a capital

-Santo André, Mogi das Cruzes e Campinas.

No ano passado, o Estado registrou 115 casos da doença entre bichos, apenas um doméstico. Não há raiva entre humanos desde 2001.

RESTANTE DAS DOSES

A secretaria afirma que questionou o governo federal sobre o restante das doses, mas não obteve resposta.

No ano passado, São Paulo não teve campanha porque não recebeu vacina do ministério. Em 2010, a campanha foi suspensa no país depois que 210 cães e gatos apresentaram reação e morreram.

Apesar disso, o número de casos em 2011 foi menor do que nos dois anos anteriores.

Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde do ministério, afirma que o problema com as vacinas em 2010 atrasou o cronograma.

Elas passaram a ser compradas de um laboratório internacional e testadas.

Como a quantidade comprada pelo Brasil foi muito grande, o laboratório não conseguiu entregar todas de uma única vez, diz Barbosa.

Com a quantidade que chegou, foi estabelecida uma ordem de prioridade: primeiro mandadas todas as doses para Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde o risco de epidemia da doença é maior.

Nesses Estados circula a variante canina da doença, de propagação mais fácil.

Nos outros locais, é a variante morcego que predomina, o que torna a transmissão mais difícil -o cão ou o gato tem que morder um morcego contaminado para adoecer.

Em SP, os 115 casos do ano passado foram da variante morcego, diz o governo.

"Como em São Paulo não tem circulação de raiva [da variante] canina, a vacinação do Estado poderá ser feita durante o semestre, sem nenhum risco à saúde pública", afirma Barbosa.

Além de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro também não receberam todas as doses, diz ele. O resto deve chegar até o fim do semestre.

Para Neide Takaoka, diretora do Instituto Pasteur de São Paulo, o ministério tem razão quando diz que o risco no Estado é menor. "Mas lógico que sempre há risco."

Veja a lista das cidades
folha.com/no1046571

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