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Após 12 dias, policiais encerram greve na Bahia

PMs parados desde o dia 31 alegaram não ter como manter a mobilização

Líder dos grevistas disse que categoria não atingiu objetivos, mas que negociação com governo deve continuar

FÁBIO GUIBU
ROGÉRIO PAGNAN
ENVIADOS ESPECIAIS A SALVADOR
GRACILIANO ROCHA
DE SALVADOR

Os policiais militares baianos decidiram encerrar a greve da categoria após assembleia realizada na noite de ontem. A categoria estava paralisada desde o dia 31 de janeiro e retorna ao trabalho hoje.

A reunião foi realizada ontem no ginásio do sindicato dos bancários, em Salvador. A imprensa não foi autorizada a acompanhar o encontro.

Nos discursos, o comando da greve alegou não ter mais como manter a mobilização do policiais no interior do Estado, que já haviam voltado ao trabalho. Não foi divulgado o número de participantes do encontro.

Antes da assembleia, os líderes do movimento se reuniram com o comando geral da PM. No encontro de 40 minutos ficou definido que não haveria punição administrativa para os grevistas.

Foi mantida, no entanto, a proposta do governo, de conceder aos policiais reajuste de 6,5%, o mesmo das outras categorias do funcionalismo estadual. Outra proposta é a incorporação escalonada de duas gratificações a partir de novembro deste ano.

'CABEÇA ERGUIDA'

Em pronunciamento na assembleia, o deputado estadual Tadeu Fernandes (PSB) disse aos policiais que não haveria mais como sustentar o movimento, mas que os grevistas "lavaram a alma" e precisavam sair "com a cabeça erguida".

De acordo com Fernandes, as negociações com o governo vão continuar mesmo com o fim da greve.

Um dos líderes do movimento, o soldado Ivan Leite disse que os policiais decidiram retornar ao trabalho "em respeito à população que apoiou a categoria quando ela precisava. Não pelo governo, que não merece".

Ele avalia que "a categoria não conseguiu nenhum de seus objetivos" e diz que as negociações com o movimento continuam.

Segundo Leite, o presidente da Aspra (Associação de Policiais e Bombeiros do Estado da Bahia), Marco Prisco foi informado sobre a decisão dos policiais de voltar ao trabalho e teria dito que "entendia e aceitava a decisão da maioria". Prisco está preso desde a última quinta-feira acusado de incitar atos de vandalismo durante a greve.

Na saída do ginásio, alguns policiais choravam. Um grupo hostilizou os jornalistas que acompanhavam a reunião do lado de fora com vaias e xingamentos de "mentirosos" e "corruptos".

COLABOROU THIAGO FERNANDES

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