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Após veto, vídeo de campanha contra Aids é improvisado

Presidente Dilma barrou filme que gerou polêmica entre os movimentos gays

DE BRASÍLIA

O Ministério da Saúde lança hoje sua campanha de Carnaval contra a Aids em TV aberta com recuo no tema gay, em decisão que teve o dedo até da presidente Dilma Rousseff.

Em vez de enfocar o público-alvo da campanha (jovens gays), como prometido, o filme divulgado ontem traz um jovem e uma jovem citando dados epidemiológicos da doença, sendo somente um deles sobre os jovens gays.

Release divulgado no início do mês dizia que os filmes para TV e internet trariam situações com jovens gays e heterossexuais prestes a terem relações sexuais sem camisinha.

"Em ambos os filmes, surgem personagens fantasiosos -uma fadinha, no caso do filme do casal gay, e um siri, no casal heterossexual- com uma camisinha", dizia o release do ministério.

A Folha apurou que Dilma quis, pessoalmente, assistir aos vídeos que geraram polêmica entre os movimentos sociais depois de serem liberados na internet. A presidente ficou irritada com o grau de irreverência dos filmes e vetou duas das três peças prontas para veiculação.

O primeiro exibia um casal homossexual que recebia a camisinha de uma fada. No outro, um homem aparecia em dúvida se tinha ou não usado camisinha na noite anterior. Ao final do filme, ele deixava o cenário montado em um elefante, em analogia à boa memória do animal.

A única peça aprovada pela presidente foi a direcionada ao público hétero. Em cenas quentes numa praia, eles acabavam recebendo uma camisinha de um caranguejo.

ATENÇÃO

Apesar de liberado por Dilma, o vídeo teria que ser adequado para garantir que a campanha não ficasse restrita só aos heterossexuais.

Com o curto prazo para lançar oficialmente a campanha antes do Carnaval, a saída encontrada pela pasta foi, às pressas, produzir um vídeo mais simples e genérico.

Ontem, o ministro Alexandre Padilha (Saúde) negou mais uma vez censura à campanha e disse que o vídeo da fadinha nunca foi pensado para TV aberta. "Aquele vídeo não reforçava e não chamava atenção para os dados epidemiológicos", disse Padilha.

(JULIANNA SOFIA E JOHANNA NUBLAT)

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