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Maria Ferreira Queiroz (1906-2012)

A última irmã viva de Lampião

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Maria Ferreira Queiroz ou tinha 28 ou 32 anos quando a cabeça do irmão, morto pela polícia, foi exposta ao público no Nordeste. Nunca se soube com certeza a idade dela, apelidada de dona Mocinha.

No RG expedido em 1991 consta que nasceu em 1906, em Pernambuco. Mas sempre afirmou possuir outro documento em que aparece 1910.

Controversa também, entre os historiadores, é a data de nascimento do irmão que a tornou famosa. Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião, veio ao mundo entre 1893 e 1905. É certo que morreu numa emboscada em 1938, depois de 20 anos fugindo das polícias nordestinas.

Dona Mocinha, que não participou do cangaço, morou em Delmiro Gouveia (AL), onde o marido, Pedro Raimundo Queiroz, trabalhava como vigia numa fábrica de tecidos. Segundo os familiares, ela costurava para fora.

Veio para São Paulo, onde já tinha uma filha, mais de 40 anos atrás, após ficar viúva. Teve sete filhos, sendo que apenas dois estão vivos.

Trouxe consigo um neto órfão de mãe que ela criou.

No começo, não gostava muito da capital paulista e tinha o sonho de fazer o caminho de volta. Com o tempo, porém, acostumou-se. Viveu na Vila Guilherme e no Jardim São Paulo, na zona norte.

Quando foi descoberta por pesquisadores, passou a ser procurada para contar o que lembrava do passado, o que não se incomodava em fazer.

Teve problemas cardíacos e já não andava mais, conta a família. Na sexta, acordou sentindo-se mal e foi levada ao hospital, onde morreu aos 106 (ou 102). Foi enterrada no cemitério Chora Menino.

coluna.obituario@uol.com.br

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