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Orlando Galdino (1937-2012)

Chocolate, 42 anos como taxista

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

À noite, enquanto Orlando Galdino rodava pelas ruas de São Paulo com seu táxi, a família mal dormia de preocupação, apesar de nada de muito grave ter-lhe acontecido em 42 anos de profissão.

O maior susto pelo qual passou, contava, foi quando um homem armado o abordou. Por inexperiência no crime ou nervosismo, o assaltante deixou cair o revólver. Orlando, em vez de fugir, devolveu a arma ao dono, que, envergonhado, desistiu de ir adiante com seus planos.

Chocolate, como era chamado pelos colegas de trabalho, nasceu na capital paulista. Era filho de uma dona de casa e de um segurança, que, segundo a família, trabalhou para Chiquinho Scarpa.

Antes de ser motorista, foi funcionário da Coca-Cola, na linha de produção. Mas não deu muito certo no serviço, por ser muito brincalhão e alegre, afirma a família. "Dava prejuízo para a empresa", brinca a filha Ana Paula.

Encontrou-se como taxista, profissão que amava e na qual podia conversar bastante. Dizia ter levado muitos famosos em seu carro, como Joana Machado, vencedora do programa de TV "A Fazenda", Adriane Galisteu e Raul Gil.

Com dez filhos para criar (nove mulheres), nunca tirava férias. Ultimamente, trabalhava em eventos, à noite, por achar mais tranquilo.

Adorava dançar, o que fez até os últimos anos -a mulher, a dona de casa Vanda, ele conheceu num baile. Era fã do grupo Raça Negra.

Nos últimos dias, doente, dizia que queria melhorar logo para voltar a guiar seu Meriva. Sofreu uma trombose. Morreu no sábado (11), aos 74, após parada cardíaca.

coluna.obituario@uol.com.br

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