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Mônica Bergamo

bergamo@folhasp.com.br

Letícia Moreira/Folhapress
Ana Hickmann
Ana Hickmann

são paulo

VIRADO À PAULISTA

O prefeito Gilberto Kassab observa o rechaud onde são preparadas massas com diversos molhos (branco, bolonhesa) para os convidados do camarote da prefeitura, no Sambódromo de SP, na sexta. "Se deixar, eu como uns dez." Ele vistoria a sala VIP que instalou "para a presidenta Dilma", que iria à festa caso Lula desfilasse na escola Gaviões da Fiel.

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Abre os braços: "Mas eu não sei. Não mesmo", se o tucano José Serra será candidato a prefeito. "Não sei, sério. Parece que ele está viajando", sobre Serra ir ao camarote.

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Kassab, brincam, foi o único político que fez Lula de bobo ao fazê-lo crer que apoiaria o PT em SP. "Fui corretíssimo. E o Lula sabe. O Serra, não é que fez campanha: ele me deu a prefeitura. Renunciou e eu assumi [em 2006]." "Não tem isso. Estive com o Lula hoje. Ele disse: 'O Kassab sempre avisou [que apoiaria Serra se ele fosse candidato]'" dizia o ministro Alexandre Padilha, da Saúde. "E o PSD e o PT estão juntos no Amazonas, na Bahia...". "Em Campo Grande", completa Kassab.

O prefeito é avisado de que uma câmera da TV Globo foi furtada na avenida. Os equipamentos têm GPS e a polícia já rastreava seu paradeiro.

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Outro equipamento foi furtado no julgamento do caso Eloá, revela um profissional da Globo. E outro sumiu e foi reencontrado na cracolândia.

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Ana Hickmann vai sair na Vai-Vai. Com bota antiderrapante (número 41). Trauma do tombo ao vivo, em 2011. No sábado, viajaria para a capital fluminense para desfilar. Num jato Citation alugado. "A dona Ana merece", dizia o marido, Alê Corrêa.

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Carla Vilhena, da TV Globo, aparece: "Ver os desfiles faz parte do meu trabalho". Responde às perguntas de beleza. "Eu faço pit stop no cabeleireiro: estendo uma mão para uma manicure, outra para outra, e vou embora", diz.

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A promotora da Pantene, que a convidou e patrocinava o desfile da Rosas de Ouro em homenagem a Roberto Justus, pede que ela tire foto com o apresentador da Record. "Ele é de outra emissora? Não vejo TV. É, né? Melhor não, posada, assim, não."

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"O Justus está tenso", dizia Juliana Azevedo, da Pantene. "Até a Gisele [Bündchen], que desfilou com a gente em 2011, só foi acalmada pelo maquiador..." A escola contaria a história dos pais de Justus, que imigraram da Hungria. Ele cantarolava o samba: "E no Brasil um ser de luz nasceu para brilhar/ Um lindo conto assim se fez/ Justus, o menino rei". "Convidei cem amigos, filhos, sobrinhada, para desfilarem na ala da 'Guarda do Justus'", dizia.

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O presidente do Tribunal de Justiça de SP, Ivan Sartori, se aproxima. "A mulher dele é minha fã, quer me conhecer", revela Justus.

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Lucas, jogador do São Paulo, cercado de mulheres no Sambódromo, reclamava: "O Leão marcou treino para amanhã [sábado de Carnaval]!" No mesmo dia, o craque embarcaria num jato particular para Salvador.

salvador

'ALGUÉM TEM QUE TRABALHAR'

Gilberto Gil tira foto com uma fã, dá um beijo em sua bochecha e vai, de sandálias de couro, bermuda e camisa brancas, buscar um acarajé. Pede à baiana um bolinho sem recheio. Pega com a mão.

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"Sempre digo à Flora [sua mulher]: 'Alguém tem que trabalhar para os outros aproveitarem'", conta o artista em seu camarote, o Expresso 2222, na sexta. "Eu não fiz psicanálise, então tenho alguns traumas do Carnaval. Primeiro, o medo da careta, depois o medo do cupido e a frustração na Quarta-Feira de Cinzas. Depois, já adulto, um certo medo da multidão", diz, com sorriso aberto.

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Na Varanda Elétrica, Preta Gil canta Wando: "Joguem uma calcinha pra mim?", brinca com o público. Uma assessora traz um copo com rodelas de banana e um garfo descartável. Entre uma música e outra, ela se alimenta.

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A atriz Mariana Ximenes, no camarote de Ivete Sangalo, faz propaganda de uma marca de xampu. De batom laranja, conta que está aprendendo a falar com sotaque de Foz de Iguaçu (PR), para a minissérie "As Brasileiras". "É porrrrta, meio caipira."

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Um homem pede licença: "Só pra te avisar que você está atrás da marca de cerveja [estampada na porta de uma geladeira]". Ela muda de posição. "Nossa, nem percebi. Obrigada. Arrasou", e acena com o polegar. "Que susto!"

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Seu Jorge canta pela segunda vez na noite no camarote Salvador, em ação de uma operadora de telefonia. As filhas, Luz Bella, 5, e Flor de Maria, 9, brincam no camarim. A mais velha faz participações em seus shows. "Artistas são aquelas crianças que vão no Raul Gil. As meninas cantam no jardim de casa", compara o pai.

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O músico diz que elas gostam de acompanhá-lo em eventos. "Estão felizes." As meninas, uma babá, Seu Jorge e sua mulher, Mariana, atravessam o camarote até a varanda. Ele pega Luz no colo. A família pula abraçada quando Claudia Leitte passa no trio elétrico cantando "Tchetcherere, tchetche, tcherere". Ele fuma cigarros.

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As meninas bocejam. São 3h. Pai Jorge as leva até uma saída lateral escoltados por seguranças, mas a rua está lotada. Dão meia volta; elas vão dormir em um camarim com a babá. O cantor e Mariana voltam para a festa. Encontram um ministro da Guiné Equatorial, que não quer se identificar para evitar "problemas políticos".

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"Ça c'est ma femme" [Essa é minha mulher], diz Seu Jorge, em francês. "Ele é o melhor", responde o africano.

com DIÓGENES CAMPANHA, de São Paulo, LÍGIA MESQUITA e THAIS BILENKY

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