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Área histórica precisa de projeto especial de luz

DE SÃO PAULO

Mas não é só a eficiência energética, a intensidade e a segurança que contam quando se coloca em questão a iluminação de áreas históricas, como o centro antigo.

Para o especialista em história da urbanização Renato Cymbalista, nessas áreas, a iluminação precisa ser bem discutida, para esclarecer o que se ganha e o que se perde com a mudança.

Nestor Goulart, professor da Faculdade de Arquitetura da USP, tem opinião semelhante. "Centros históricos devem ter projetos específicos, para não ficarem com cara de shopping center."

Há mudanças que se tornaram polêmicas e depois se entendeu que elas tinham sido positivas, diz Cymbalista. "Antes de as praias do Rio serem iluminadas, era um perigo andar por elas à noite."

O engenheiro Paulo Candura, que foi diretor do Departamento de Iluminação Pública da prefeitura, diz que é possível manter a atmosfera antiga mesmo com tecnologias mais novas.

BRANCO DEMAIS

Segundo Candura, o viaduto do Chá, que ganhou um tom muito branco, poderia ter boa qualidade de iluminação e ainda manter seu amarelo antiguinho se suas lâmpadas de vapor de metálico tivessem 3.000 em vez de 5.000 kelvins (medida que define a cor ou "temperatura" da luz).

Cymbalista, no entanto, opina que uma imitação de luz antiga pode não ser uma boa saída. "O resultado pode ser o mesmo de fazer uma pátina em um móvel antigo."

A nova iluminação da Paulista, com lâmpadas de vapor metálico, que produzem uma iluminação branca, foi projetada por Paulo Candura. "Era preciso uma grande quantidade de luz, porque é um lugar agitado", diz. Segundo ele, o olho humano está mais preparado para a luz branca.

Mas Candura critica a nova iluminação do parque Ibirapuera, que considerou muito forte. "Observe as pessoas andando de bicicleta à noite, elas abaixam a cabeça."

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