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Falta investir em estrutura e em perícia, diz entidade

Para especialistas, baixa resolução de homicídios só aumenta a violência

Sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz calcula que apenas 8% dos assassinos acabam condenados pela Justiça

DE SÃO PAULO
DE CURITIBA

Faz quase cinco anos que o metalúrgico Fábio Luiz Klos, 31, foi morto a tiros em Curitiba. Até hoje, ninguém sabe dizer de onde vieram os disparos, nem as duas primas que o acompanhavam na noite de 17 de junho de 2007.

A morte de Klos está prestes a tomar o destino da maioria das investigações sobre homicídios no país: arquivada por falta de provas.

De acordo com especialistas em segurança pública, a resolução de homicídios é uma das principais formas de inibir o crime no país.

BAIXA CONDENAÇÃO

Para o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, diretor de pesquisa do Instituto Sangari, especializado em realizar mapeamentos de crimes, "está comprovado historicamente que impunidade gera violência".

O sociólogo Waiselfisz estima que em apenas 8% dos casos de homicídio o assassino acaba condenado.

"Mas é um cálculo conservador, porque eu sei que o Ministério da Justiça estima que são 5%. E, com a interiorização dos crimes, que estão em cidades com menos estrutura de investigação, é possível que isso tenha diminuído", afirmou o sociólogo.

O presidente da Cobrapol (Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis), Jânio Bosco Gandra, também aponta falta de estrutura nas polícias civis e técnicas, que são as responsáveis diretas pela investigação de qualquer crime nos Estados brasileiros.

"Os policiais não conseguem elaborar inquéritos, não conseguem provas. Os Estados não investem nas perícias, que estão com equipamentos obsoletos. E o número de peritos é muito pequeno", afirmou Gandra.

Com isso, de acordo com Gandra, "os criminosos sabem que podem praticar crimes e não vão ser punidos".

(LUIZA BANDEIRA E ESTELITA HASS CARAZZAI)

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