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Prefeitura troca piso de calçadas sob o Minhocão

Concreto substitui pedras portuguesas

VANESSA CORREA
DE SÃO PAULO

A Prefeitura de São Paulo sumiu com as pedras portuguesas do passeio embaixo de parte do elevado Costa e Silva, mais conhecido como Minhocão, na região central.

As pedras estavam na calçada desde a inauguração do elevado, no ano de 1970.

O mosaico, com desenhos do símbolo do Estado, foi trocado por um piso de concreto, muito semelhante ao adotado na avenida Paulista.

As obras de reforma de calçadas da rua Amaral Gurgel, que fica na região da praça da República, começaram em abril de 2010, mas foram interrompidas porque a empresa contratada não cumpriu cláusulas contratuais. Só no final de 2011 é que a prefeitura conseguiu retomar as obras.

De acordo com a prefeitura, o objetivo da obra é uniformizar as calçadas e melhorar a acessibilidade de pessoas com mobilidade reduzida.

Para o presidente-executivo da União Nacional dos Deficientes Físicos, José Nilo, no entanto, "o tipo de piso, em si, não interfere muito" na mobilidade de deficientes.

"O que conta mesmo é o nivelamento", afirma Nilo.

O presidente-executivo, que caminha com a ajuda de muletas, diz que a pedra portuguesa "é até mais aderente que o piso de concreto". Ele afirma ainda que o grande problema de São Paulo, no que se refere à mobilidade, é a falta de mais pisos táteis, que servem para orientar os deficientes visuais.

A prefeitura diz que as rampas de acessibilidade e o piso tátil serão instalados "ao término da reforma".

'SIGNIFICADO'

Para a urbanista Lucila Lacreta, da ONG Defenda São Paulo, faltam diretrizes para a administração municipal na hora de investir em calçada. "Em lugar que a calçada está boa, estão destruindo. Onde está tudo esburacado, não fazem nada", afirma.

Lucila vê na retirada do mosaico "falta de respeito com as coisas que têm significado para a cidade".

Segundo a prefeitura, "as calçadas estão sendo reformadas por apresentarem ondulações, buracos, além de rampas inadequadas de acesso para veículos aos imóveis, entre outros problemas que prejudicam ou dificultam a circulação dos pedestres."

A administração não disse, no entanto, se havia problemas especificamente com a calçada em mosaico do canteiro central da rua Amaral Gurgel e se seria possível mantê-la da forma original.

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