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SP tem 27 jet skis para cada km de sua costa

Dados da Capitania dos Portos mostram que houve aumento de 52,7% na frota do Estado nos últimos 11 anos

Aumento de veículos nas praias e condutores sem habilitação tem feito as prefeituras restringirem o uso

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Ferreira, campeão de jet ski, na represa de Guarapiranga; ele diz que máquina não pode ser usada por qualquer pessoa
Ferreira, campeão de jet ski, na represa de Guarapiranga; ele diz que máquina não pode ser usada por qualquer pessoa

AFONSO BENITES
RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO

Quem passa pelas praias paulistas acostumou-se a ver jet skis cruzando o litoral. Não é para menos: neste verão, São Paulo atingiu a marca de 27 jet skis para cada quilômetro de sua costa. Há 12 anos, esse número era de 18 para cada quilômetro.

O aumento da frota preocupa as autoridades e os pilotos profissionais porque grande parte dos acidentes envolvem pessoas que não tem autorização para pilotar. No último dia 18, uma menina de três anos morreu atropelada em Bertioga (leia mais nesta página).

Dados da Capitania dos Portos de São Paulo, um órgão da Marinha no Estado, mostram que no ano 2000, havia 10.898 jet skis no Estado. Hoje, são 16.643, um aumento de 52,7%. A cada dia, quase dois novos jet skis são comprados em São Paulo.

O Estado responde por um quarto de todos os jet skis do país, onde há 64.414 máquinas (veja quadro abaixo).

Não há um número oficial, mas associações que reúnem pilotos estimam que ao menos 60% dos equipamentos de São Paulo frequentem os cerca de 600 quilômetros de litoral do Estado. O restante das embarcações é dividido entre lagoas, baías e rios em áreas urbanas e rurais.

A dificuldade em encontrar garagens para os veículos em marinas específicas para jet skis é mais um indício de que as praias estão tomadas pelas motos da água.

"Esse verão atingimos a lotação máxima, 140 jets. Estamos planejando ampliar o espaço", disse Maicon Riceli, funcionário de uma marina na Riviera de São Lourenço, praia nobre de Bertioga.

Os municípios litorâneos têm dificultado a locação de jet skis na areia das praias, área onde têm autoridade -no mar, a fiscalização cabe à Capitania dos Portos.

Guarujá foi o mais recente a proibir a atividade, em janeiro, após um acidente. São Vicente estuda projeto semelhante. Em São Sebastião, Santos, Itanhaém e Mongaguá a atividade já é proibida.

O principal problema das barracas de aluguel de jet ski é permitir que pessoas não habilitadas usem o aparelho.

Em São Paulo, segundo a Capitania, há 111.962 pessoas habilitadas para guiar. Elas são chamadas de amadores porque possuem a carta de arrais amador, é o equivalente a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) para veículos terrestres.

Para o presidente da Associação Brasileira de Jet Ski, Luiz Marcelo Teixeira, falta conscientização dos donos de jet skis que emprestam seus veículos para pessoas sem condições de guiá-los.

"Deixar uma pessoa não habilitada conduzir um jet é o mesmo que dar as chaves de um Audi A4 para alguém que nunca dirigiu andar pela marginal Tietê", disse.

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