Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Heli Bonfim Batista (1955-2012)

Helly Batista, professor de balé

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Quando criança, Heli Bonfim Batista foi ao circo em Teresina e ficou encantado com os bailarinos. Aos 13 anos, decidiu sair de casa, não para fugir com a trupe, mas para estudar balé em São Paulo.

Na capital paulista, o rapaz piauiense conseguiu emprego num cartório para poder se sustentar enquanto cursava a Escola Municipal de Bailado do Theatro Municipal.

Sempre contou que os patrões o ajudaram bastante, pois deixavam-no ajustar os horários do serviço com os dos ensaios e apresentações.

Já formado bailarino e com o nome alterado para o artístico Helly (com dois "eles" e "y"), voltou a Teresina, aos 27, com a ideia de desenvolver a dança em sua cidade.

Após um período ensinando em academias e pelo interior, conseguiu abrir a própria escola de dança, em 1989.

A Escola de Ballet Helly Batista tem hoje mais de 200 alunos e um projeto social, o Dançar a Vida, que atende mais de 60 crianças pobres.

No ano passado, o programa Profissão Repórter, da Rede Globo, mostrou a história de uma delas. A menina Mara Barros, filha de um agricultor cuja renda mensal era de um salário mínimo, conquistou uma bolsa de estudos nos EUA. Hoje, a escola já tem dois alunos morando fora.

Ao filho Helly Jr., também bailarino e que hoje toca a escola, dizia nunca ter sofrido preconceito. Até o pai, pastor, apoiou-o em sua decisão.

Segundo o filho, o pai era alegre e rígido nas aulas para estimular a disciplina.

Tinha problemas cardíacos e estava na fila do transplante, que acabou não ocorrendo. Morreu no sábado, aos 56 anos, após sofrer um infarto.

coluna.obituario@uol.com.br

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.