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Anvisa determina blitze em esterilizadoras

Após caso de reutilização de material hospitalar, agência ordenou que todas as 40 empresas do país sejam fiscalizadas

Companhia flagrada responsabiliza clientes por reprocessamento de itens que deveriam ser usados só uma vez

GABRIELA YAMADA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou a todas as vigilâncias sanitárias estaduais que fiscalizem as cerca de 40 empresas esterilizadoras de materiais hospitalares do país.

O aviso foi feito ontem após o órgão ter sido notificado pela Secretaria da Saúde paulista da suspensão das atividades da Sterimed Serviços de Esterilização, de Cedral (424 km de SP), flagrada ao reprocessar itens que podem ser utilizados somente uma vez.

Em blitze nos dias 15 e 16, foram achados produtos como seringas injetoras e alicate para cirurgias ortopédicas, conforme revelou a Folha.

Segundo o médico Luiz Carlos da Fonseca e Silva, coordenador dessa área na Anvisa, a maior concentração de empresas está no Paraná.

"A intenção é identificar se o processo operacional irregular que foi identificado [na Sterimed] ocorre em outras empresas e unidades de saúde."

Ele disse ainda que as normas sobre a esterilização são claras. "A empresa não pode, por exemplo, receber materiais sem rótulos."

Anteontem, a Sterimed alegou que muitos materiais eram enviados por clientes sem rótulos, o que dificulta a identificação do que é proibido ou não reprocessar.

Em Varginha (MG), o Ministério Público deve apurar se a Sterimed Varginha, que possui contrato de licenciamento, também pratica a esterilização irregular.

Desde 2010, a Promotoria apura o uso de produtos tóxicos na esterilização de aparelhos na empresa.

O advogado da Sterimed em Cedral, Marcelo Poli, disse que entregará ao Centro de Vigilância Sanitária nomes de duas empresas paulistas que, diz, oferecem serviços similares ou idênticos. "Não queremos dar um tom de revanche e sim que outras empresas também sejam investigadas."

Em nota, a Sterimed responsabilizou seus clientes pela reutilização de materiais indevidos. "As empresas contratantes também são responsáveis pela identificação do produto quanto ao seu uso único ou reprocessamento", diz.

É dever ainda dos clientes, diz a empresa, enviar itens sem matéria orgânica -conforme o Estado, foram apreendidos alguns com sujeira.

O advogado da empresa mineira, Pablo de Souza Assis, afirmou desconhecer o andamento do inquérito. Em nota, a dona, Marcela Ferreira de Melo Tiso, disse que todos os processos estão de acordo com a legislação.

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