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PF prende 31 em operação contra caça-níquel em Goiás

PMs e delegados da PF e da Polícia Civil são suspeitos de receber propina

Segundo investigações, pagamento a policiais e servidores públicos permitiu que quadrilha atuasse por 17 anos

DE BRASÍLIA

A Polícia Federal prendeu ontem 31 pessoas suspeitas de participar de uma organização que explorava máquinas caça-níqueis em Goiás.

A operação Monte Carlo cumpriu mandados em quatro Estados (Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Tocantins) e no Distrito Federal.

Entre os presos está o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Ele ficou conhecido em 2004 após divulgação de vídeo -gravado em 2002- em que Waldomiro Diniz, ex-assessor de José Dirceu, pedia a Cachoeira propina e dinheiro para campanhas do PT e do PSB.

O caso foi o primeiro escândalo de corrupção do governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo os investigadores, na operação de ontem foi possível comprovar o pagamento de propina a policiais e servidores públicos, o que permitiu que a quadrilha atuasse por 17 anos.

De acordo com a investigação, dois delegados da Polícia Federal lotados em Goiás recebiam propina para vazar informações sobre investigações contra a quadrilha.

Outros seis delegados da Polícia Civil, um policial rodoviário federal e 29 PMs -entre soldados e oficiais, como major, capitães e tenentes- estariam envolvidos.

Eles prestavam serviços de proteção e investigações para fechar negócios ilegais de adversários do grupo.

Também foram presos um auxiliar administrativo da PF no Distrito Federal e um servidor da Justiça de Goiás.

PROPINAS

As propinas eram pagas para os policiais e variavam de R$ 200 por serviço prestado a R$ 4.000 mensais, afirma a PF. Foi encontrada uma contabilidade da quadrilha, na qual consta que apenas uma casa de jogo teve lucro líquido de R$ 3 milhões durante seis meses.

A operação foi estruturada pela PF com o Ministério Público Federal em Goiás e com apoio do Escritório de Inteligência da Receita Federal. A investigação durou 15 meses.

O advogado de Carlinhos Cachoeira, Ricardo Sayeg, disse que a prisão foi desnecessária e superdimensionada pela polícia, porque parte de uma contravenção penal.

"Isso é caso de juizado especial de pequenas causas", afirma ele.

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