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Líder do AfroReggae culpa pastor por ataques criminosos no Rio

Os dois eram aliados no trabalho para retirar traficante do crime

DO RIO

Antes aliados em campanhas para retirar traficantes do crime, o líder da ONG AfroReggae, José Júnior, e o pastor Marcos Pereira, da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, estão brigados e trocam sérias acusações.

Júnior diz que o pastor Marcos Pereira é o responsável por planejar os ataques que paralisaram a cidade do Rio de Janeiro em 2006. Na ocasião, ônibus e carros foram queimados nas ruas.

Pereira afirma que Júnior quer se autopromover com as denúncias. Seus advogados entrarão com queixa-crime por calúnia, injúria e difamação contra o coordenador do AfroReggae, além de uma ação por danos morais.

Os dois são personalidades reconhecidas por seu trabalho, iniciado nos anos 90, de ressocialização de criminosos no Rio. Eles se conheceram em 2007, na igreja de Pereira, em Belford Roxo, Baixada Fluminense.

Júnior, com o Afroreggae, tem atuação mais forte nas favelas cariocas. Costuma dizer que seu trabalho é de mediação, convencendo traficantes a abandonar o crime.

O pastor ficou conhecido por seu trabalho religioso em presídios cariocas.

A chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha, determinou a abertura de inquérito para apurar as denúncias.

Júnior esteve ontem na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia para prestar depoimento. "Essa pessoa não merece ser chamada de pastor. É um cara do mal. Ouço falar um monte de coisas há muito tempo, mas na virada do ano me deram certezas. Agora, cabe à polícia buscar provas", disse Júnior ontem em entrevista coletiva.

Em nota, o pastor se disse surpreso com as declarações. "Trabalhar com criminosos visando a sua recuperação é diferente de se envolver com criminosos, e esta fronteira eu nunca ultrapassei", disse.

Em entrevista à Folha em 2004, após ajudar a debelar rebelião em uma casa de detenção, disse que a "cocaína é o demônio ralado, a cerveja é a pombajira em líquido".

Segundo Júnior, desde 2009 a relação deles passou a ser de desconfiança. Ele conta ter ouvido histórias, sem especificar quais, de que o pastor falava mal do AfroReggae. O pastor nega.

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