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Advogado de parque culpa funcionários por acidente

Para criminalista contratado por Hopi Hari, 'erro não é do parque'

Alberto Toron afirma que direção não tem culpa na morte porque há diretrizes, mas elas não foram seguidas

DE SÃO PAULO

Apesar de a direção do Hopi Hari ter admitido que o acidente que resultou na morte de Gabriela Nychymura ter ocorrido por uma "soma de falhas", o advogado que defende o parque afirma que a direção não tem culpa no caso.

Os equívocos, diz o criminalista Alberto Toron, podem envolver até três dos funcionários do Hopi Hari, empreendimento controlado pela consultoria empresarial Íntegra Associados desde 2009.

Um dos funcionários é da manutenção, um de monitoramento ao público e um da supervisão (veja quadro).

Dois funcionários de monitoramento, os operadores do brinquedo Vitor Igor de Oliveira, 24, e Marcos Antonio Leal, 18, disseram à polícia ter avisado um supervisor sobre o problema na cadeira momentos antes do acidente. Os nomes dos funcionários da manutenção e da supervisão não foram divulgados.

O advogado nega que a direção do parque seja culpada.

"O erro não é do parque. O erro pode ser de funcionários. Há uma diferença muito grande. O parque sempre se conduz com muita correção. Pode ser que um ou mais funcionários tenham errado. Podem ter errado por não seguirem as diretrizes do parque."

De acordo com Toron, a morte só ocorreu porque Gabriela sentou-se numa cadeira desativada havia dez anos.

Ela foi inutilizada, segundo ele, justamente porque poderia ferir os pés de usuários com altura superior a 1,90 m.

Essa cadeira ficava travada permanentemente. Inadvertidamente, segundo ele, um funcionário mexeu na trava. "Era impossível alguém sentar-se nela, por isso não havia uma placa. Alguém mexeu onde não deveria", afirmou.

Além do funcionário da manutenção, que não foi identificado, o advogado diz que pode ter havido falha também do monitor que tinha de verificar se o mecanismo de segurança estava correto.

Segundo o advogado do Hopi Hari, os funcionários que trabalhavam junto ao brinquedo tinham autonomia de proibir o uso dele caso constatassem que havia riscos aos usuários.

"Em 12 anos, o parque recebeu 20 milhões de visitantes. Só nessa Torre Eiffel foram 9 milhões. Nunca houve um acidente desses. Há procedimentos", afirmou.

NEGATIVA

O advogado nega que a direção do parque tenha informado incorretamente onde a menina estava sentada. A assessoria de imprensa do Hopi Hari disse que não dá informações sobre o número de funcionários contratados nem o vínculo de contratação.

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